“O que está anunciado é muito débil e muito proclamatório”, afirmou a líder bloquista, em Coimbra, prevendo que o encontro terá “poucos resultados” que ajudem a resolver problemas como a habitação, o desemprego e a precariedade na área laboral, entre outros.

Catarina Martins falava aos jornalistas, na sede local do Instituto Português da Juventude, no final de uma reunião com estudantes da Universidade de Coimbra em que foram discutidos "os apoios sociais e as necessidades" no contexto do retorno às aulas presenciais.

“Vemos claramente como a crise social está a agravar-se”, também entre os alunos do ensino superior, referiu.

Devido à pandemia da covid-19, acrescentou, tem aumentado o número de estudantes universitários com dificuldades diversas, designadamente ao nível das residências, da “estabilidade escolar”, das condições de aprendizagem e da própria avaliação.

Na União Europeia, cujos 27 estados-membros totalizam uma população na ordem dos 450 milhões de pessoas, “há quase 100 milhões de habitantes que vivem abaixo do limiar da pobreza”, alertou a coordenadora do BE.

Na sua opinião, esta situação exige “uma Cimeira Social que queira, de facto, combater a pobreza”.

Neste contexto, Catarina Martins anunciou a realização, também no Porto, nos dias 6 e 7 de maio, de “uma contra-cimeira social da resistência, do inconformismo e da solidariedade” na Europa.

A cimeira oficial, promovida pela presidência portuguesa do Conselho de Ministros da UE, que reúne altos responsáveis políticos europeus e de diversas organizações internacionais, terá como anfitriões o primeiro-ministro de Portugal, António Costa, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

“Não podemos deixar de falar da pandemia social. Não pode ser o momento de anúncios de milhões, quando se abandona tanta gente à sua sorte”, enfatizou a coordenadora do BE.

Admitir a existência de 77 milhões de europeus “abaixo da linha da pobreza”, em 2030, “é desistir” de enfrentar os problemas sociais europeus, disse Catarina Martins, ao criticar o nível de exigência na resposta colocado na realização da Cimeira Social, no Porto.

“Não podemos resignarmo-nos à pandemia social”, acentuou.

“A meta que se pretende que saia como bandeira desta Cimeira Social, que é uma redução de 15 milhões de pobres até 2030, é reveladora do estado em que nos encontramos”, lê-se, num documento distribuído aos jornalistas.

Para o BE, ao "assumir e ao satisfazer-se com essa meta, o que a presidência portuguesa se prepara para brandir como um grande compromisso social é termos, em 2030, uma Europa com 77 milhões de pobres".

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