“A matéria está decidida, não há volta a dar. O Presidente está a desfiliar-se hoje do PSL. (…) A desfiliação será feita pelas vias formais da Justiça Eleitoral, e já está assinada”, afirmou o advogado Admar Gonzaga, citado pelo portal de notícias G1.
O advogado acrescentou que na próxima quinta-feira irá realizar-se uma convenção na capital do país, Brasília, em que será feito o lançamento do novo partido criado por Bolsonaro, designado de Aliança pelo Brasil.
A ideia é viabilizar o novo partido a tempo de lançar candidatos às eleições municipais de 2020, o que exige aprovação do tribunal eleitoral até abril.
Além do chefe de Estado, também um dos seus filhos, o senador Flávio Bolsonaro, apresentou hoje o pedido de desfiliação.
Flávio Bolsonaro, que ocupava a presidência do diretório estadual do PSL no Rio de Janeiro, será substituído pelo deputado João Gurgel, de acordo com o G1.
O PSL reconduziu hoje na presidência nacional do partido o deputado Luciano Bivar, – um dos agentes que levou à saída de Bolsonaro do PSL -, assim como a maioria dos elementos da sua comissão executiva.
O Partido Social Liberal era uma formação política de baixa representatividade no parlamento do país, com apenas um deputado, até às eleições de 2018, quando se tornou no segundo maior partido da câmara baixa, elegendo 53 dos 513 deputados desta casa parlamentar.
Jair Bolsonaro anunciou na semana passada a sua saída do PSL e a criação do partido Aliança pelo Brasil.
“Anuncio a minha saída do PSL e início da criação de um novo partido: Aliança pelo Brasil. Agradeço a todos que colaboraram comigo no PSL e que foram parceiros nas eleições de 2018″, escreveu na terça-feira passada o chefe de Estado na rede social Facebook, horas depois de se ter reunido, em Brasília, com deputados filiados no PSL.
A saída de Bolsonaro é resultado de uma crise interna do PSL, que se arrasta desde outubro último, ocasião em que o mandatário se desentendeu com o presidente do partido, Luciano Bivar.
A polémica começou quando, no início do mês passado, Bolsonaro orientou um seu apoiante a “esquecer” o Partido Social Liberal, acrescentando que Luciano Bivar estava “queimado”.
As declarações de Bolsonaro levaram o presidente do partido a declarar publicamente que o atual chefe de Estado do Brasil “já está afastado” e “esquecido” da formação política.
O PSL enfrenta ainda problemas na justiça desde o início do ano, sendo alvo de investigações sobre alegadas candidaturas fantasma de mulheres e de desvio de dinheiro dessas campanhas eleitorais para outras finalidades.
Segundo a imprensa local, também a campanha eleitoral de Jair Bolsonaro saiu beneficiada com o suposto desvio de verbas.
O chefe de Estado brasileiro chegou a propor uma auditoria às contas do PSL para verificar uma eventual existência de irregularidades, ameaçando deixar o partido, situação que se concretizou na terça-feira.
Segundo o G1, o PSL foi a oitava formação política em que Bolsonaro se fixou, contando com passagens pelo Partido da Democracia Cristã, Partido Progressista Reformador, Partido Progressista Brasileiro, Partido Trabalhista Brasileiro, Partido da Frente Liberal, Partido Progressista e Partido Social Cristão.
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