Hoje de manhã, durante a reunião da Assembleia Municipal, Almeida Henriques foi questionado pelo deputado Rafael Amaro (PS) sobre as buscas feitas na Câmara pela Polícia Judiciária (PJ), uma vez que Viseu nem sequer integra o Turismo do Porto e Norte de Portugal.

“Dormi na quarta-feira as mesmas horas, as cinco que durmo sempre, com a mesma tranquilidade. Quem está de consciência tranquila não teme”, respondeu Almeida Henriques, acrescentando que foram dados à PJ “todos os elementos” que a autarquia tinha à disposição.

Segundo o autarca, Viseu nunca desenvolveu qualquer projeto com o Turismo do Porto e Norte de Portugal, apenas “há um contrato que foi aprovado por unanimidade, em outubro de 2016, que previa uma contrapartida de 9.800 euros na Câmara de Viseu na criação de uma loja interativa, que nunca chegou a acontecer”.

“Portanto, nem existe nenhuma obra que tenha sido feita entre a Câmara de Viseu e o Turismo do Porto e Norte de Portugal”, realçou.

Almeida Henriques acusou Rafael Amaro de se ter deixado atingir pela “partidarite” e defendeu: “à justiça o que é da justiça e à política o que é da política”.

Na quarta-feira, a Procuradoria-Geral Distrital do Porto (PGDP) anunciou que foram constituídos cinco arguidos numa investigação à atividade desenvolvida por uma “entidade ligada à promoção do turismo”, por alegados crimes de corrupção, peculato e abuso de poder.

Numa nota publicada na sua página oficial, a PGDP explica que, no âmbito de inquérito dirigido pelo Ministério Público do departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) distrital do Porto, na quarta-feira foram realizadas 16 buscas domiciliárias, 16 buscas a veículos automóveis e 34 buscas não domiciliárias, incluindo as instalações de “entidade ligada ao turismo”, uma Câmara Municipal e as sociedades anónimas desportivas (SAD) do Sporting Clube de Braga e do Vitória Sport Clube.

Segundo a PGDP, as buscas decorreram nas comarcas de Porto, Viana do Castelo, Viseu, Braga, Bragança, Lisboa e Faro.

No inquérito, investigam-se factos suscetíveis de integrarem os crimes de tráfico de influência, abuso de poder, participação económica em negócio, corrupção passiva e corrupção ativa de titular de cargo público, e recebimento indevido de vantagem de titular de cargo público.

Fraude e desvio na obtenção de subsídio, participação económica em negócio de titular de cargo político, abuso de poderes de titular de cargo político, prevaricação de titular de cargo político, peculato de titular de cargo político e falsificação de documento são outros crimes em investigação.