"Nós não teríamos tido a coesão territorial que temos se não fosse o vosso papel, o país seria diferente", afirmou o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, numa intervenção no seminário sobre "O contributo dos politécnicos para o desenvolvimento do país", que decorreu na Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa.
Apesar de reconhecer que persistem desigualdades, desequilíbrios e assimetrias, Marcelo Rebelo de Sousa, insistiu que os politécnicos têm um papel único na malha regional e local, sublinhando que não se consegue sequer imaginar "o que seria se não tem havido o papel fundamental destas instituições de ensino superior".
Mas, acrescentou, também não há coesão territorial sem coesão social e foram os politécnicos que favoreceram a circulação social, possibilitando o acesso ao ensino superior de um maior número de pessoas, ajudando na sua progressão social, comunitária e pessoal e "marcando gerações".
Numa intervenção perante uma plateia de docentes, alunos e do ex-ministro da Educação Marçal Grilo, o Presidente da República confessou ainda um "segredo", relevando que um dos seus sonhos é um dia ensinar num politécnico.
"É uma experiência que me falta na vida, daqui a quatro anos e quatro meses, mais precisamente três meses e alguns dias é perfeitamente possível", gracejou, dizendo ficar à espera de um convite para concretizar o seu sonho.
Já no final do discurso, Marcelo Rebelo de Sousa falou ainda dos problemas e dificuldades que existem numa sociedade que atravessou uma fase crítica, elogiando a capacidade de ajustamento constante que os politécnicos têm tido ao longo dos anos, com as mudanças ocorridas no tecido económico e social desde a sua criação.
"A flexibilidade é essencial para acompanhar o ritmo de mudanças científicas, tecnológicas", frisou, lamentando que no Direito, tal como na política, existam cada vez mais dificuldades nesse ajustamento, que "é sempre tardio" e raramente antecipa os acontecimentos.
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