Segundo fonte do executivo, os encontros devem decorrer no Palácio da Presidência guineense, situado no centro de Bissau e que tem todos os acessos cortados ao trânsito desde quarta-feira ao final da tarde, o que acontece igualmente com o perímetro circundante do hotel onde o dirigente francês pernoitou, depois de ter chegado na noite de quarta-feira ao país.

As estradas que dão acesso ao edifício foram lavadas pelos Bombeiros Humanitários de Bissau e nalgumas zonas foram colocadas grades de sinalização a proibir a passagem de veículos.

Os postes de energia elétrica que se encontram nas principais artérias que ligam o aeroporto Internacional Osvaldo Vieira de Bissau ao Palácio da Presidência ostentam bandeiras da Guiné-Bissau e de França, bem como os da zona que vai do edifício ao porto de Pindjiguiti.

Em Bissau é visível um claro reforço das forças de Defesa e Segurança, constituídas por agentes da polícia, da Guarda Nacional e das Forças Armadas em viaturas que patrulham os bairros e as zonas do palácio onde Emmanuel Macron irá realizar todos os encontros no âmbito da visita.

No comunicado sobre a visita, a Presidência francesa declarou que “as questões da governação e do Estado de Direito serão abordadas em todas as fases, sem injunção dos media mas sob a forma de trocas diretas com os seus homólogos”.

Emmanuel Macron chegou a Bissau na quarta-feira, proveniente do Benim, depois de ter estado nos Camarões, no âmbito da sua primeira viagem aos países africanos desde que foi reeleito Presidente, em março passado.

O chefe de Estado francês deverá partir da Guiné-Bissau cerca das 12:00 de quinta-feira, de regresso a Paris, depois de participar numa declaração à imprensa conjunta com o seu homólogo guineense.

O primeiro-ministro guineense, Nuno Nabiam, disse à Lusa, na quarta-feira, que a visita de Emmanuel Macron é a confirmação de que o país está estável e a progredir o que, disse, devia deixar os cidadãos orgulhosos.

Mas, já na semana passada, quando a visita foi anunciada, o analista da política guineense, Armando Lona dissera também à Lusa que Emmanuel Macron visita a Guiné-Bissau para “tentar abrir uma janela à França” nos países da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO).

Armando Lona, que vê a visita como “presente interessante” para as atuais autoridades guineenses, considerou que Macron “sente que a França está a perder terreno no espaço CEDEAO” e pretende aproveitar-se do facto de a organização estar a ser liderada, de forma rotativa, por Umaro Sissoco Embaló.