O ministro dos Negócios Estrangeiros da Indonésia, Retno Marsudi, confirmou que Widodo vai reunir-se com o homólogo russo, Vladimir Putin, em Moscovo, e, em Kiev, com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Widodo “optou por contribuir, não optou por ficar em silêncio. É o primeiro líder asiático a visitar os dois países”, destacou Marsudi, numa conferência de imprensa em que não divulgou as datas exatas dos encontros.

A imprensa oficial indonésia noticiou que Joko Widodo deverá viajar até à Alemanha, para participar na cimeira do G7 (grupo dos sete países mais desenvolvidos), entre domingo e terça-feira, devendo o encontro com Putin acontecer no dia 30, em Moscovo.

“As visitas a esses três países vão decorrer em circunstâncias anormais. Entendemos que a situação atual ainda é muito complicada”, disse Marsudi.

Para o ministro indonésio, os planos de Widodo mostram “preocupação com as questões humanitárias” e pretendem contribuir para “enfrentar a crise alimentar causada pela guerra” e “incentivar o espírito de paz”.

A cimeira do G20, grupo dos países com economias mais desenvolvidas e das nações emergentes, vai decorrer entre 15 e 16 de novembro, na ilha indonésia de Bali.

Apesar da pressão de países, como Estados Unidos, Canadá e Austrália, para vetar a presença de Putin na cimeira do G20, a Indonésia manteve até agora o convite ao Presidente russo.

Em abril, o Presidente indonésio convidou Zelensky para a cimeira do G20, afirmando que a Indonésia está pronta para “contribuir para o esforço de paz”.

Autoridades financeiras da União Europeia (UE), dos Estados Unidos, da França e do Canadá, entre outros países, abandonaram uma reunião do G20 em Washington, em 20 de abril, em protesto contra a presença da Rússia devido à invasão da Ucrânia.

A Rússia já tinha sido expulsa, na década passada, do grupo das economias mais industrializadas – então conhecido como G8 e que passou a ser G7 – depois da invasão da península ucraniana da Crimeia, em 2014.

A Rússia lançou, em 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia que causou já a fuga de mais de 15 milhões de pessoas, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classificou esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).