O encontro entre Joe Biden e Xi Jinping, que anteriormente só se tinham reunido por videoconferência, decorrerá antes da cimeira do grupo das economias mais desenvolvidas (G20), marcada para terça e quarta-feira (15 e 16).
Biden e Xi vão discutir “esforços para manter e aprofundar as linhas de comunicação” entre os dois países e para “gerir responsavelmente a concorrência bilateral”, disse a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, num comunicado, segundo a agência espanhola EFE.
Os dois líderes também vão “trabalhar em conjunto onde os nossos interesses se alinham, especialmente nos desafios transnacionais que afetam a comunidade internacional”, afirmou.
Biden e Xi “irão também discutir uma série de questões regionais e globais”, como a guerra na Ucrânia e a Coreia do Norte.
Durante uma conferência de imprensa na Casa Branca, na quarta-feira, quando ainda não havia confirmação do encontro, Biden disse que não fará concessões a Xi e que os Estados Unidos não procuram conflito com o gigante asiático, mas sim competição.
“Quando falarmos, quero estabelecer o que são as linhas vermelhas para cada um de nós”, disse Biden.
“Quero compreender o que ele [Xi] pensa que faz parte dos interesses nacionais da China e determinar se isso entra, ou não, em conflito com o que sei que faz parte dos interesses fundamentais dos Estados Unidos”, acrescentou.
As tensões entre Washington e Pequim aumentaram nos últimos meses, na sequência de uma viagem a Taiwan da presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, a democrata Nancy Pelosi, em agosto.
Pequim respondeu à visita com um aumento dos exercícios militares próximo de Taiwan, que reclama como parte integrante do território da China.
Biden admitiu, na quarta-feira, que Taiwan fará provavelmente parte das conversações com o líder chinês.
Antecipou ainda que irão discutir outras questões como o tratamento dado por Pequim aos seus vizinhos e o “comércio justo”, já que Biden manteve algumas das tarifas que o seu antecessor, Donald Trump (2017-2021), impôs à China no início da guerra comercial entre os dois países em 2018.
Os dois governos preparam-se há meses para a reunião, que será o primeiro encontro presencial desde que Biden chegou à Casa Branca, em janeiro de 2021.
Os dois falaram cinco vezes por telefone nos últimos 20 meses.
Uma alta funcionária da administração norte-americana que pediu para não ser identificada disse hoje, numa conversa com jornalistas, que não espera qualquer acordo concreto da reunião, segundo a EFE.
A mesma fonte disse que um dos principais objetivos é “aprofundar a compreensão” e reduzir mal-entendidos e perceções erradas.
Assegurou que Biden será honesto acerca das preocupações de Washington com as ações da China que entende que “ameaçam a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan”, as violações dos direitos humanos e práticas económicas prejudiciais por parte de Pequim.
Pequim cortou as linhas de comunicação com Washington e de cooperação em algumas áreas depois da visita de Pelosi a Taiwan, segundo a mesma fonte.
Biden e Xi partilham uma longa relação pessoal, já que se conheceram há mais de uma década, quando eram vice-presidentes dos seus países e partilharam múltiplas viagens, reuniões e jantares.
O presidente dos Estados Unidos viajará para Bali depois de participar na Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP27), no Egito, e na cimeira da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), no fim de semana, no Camboja.
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