“Realizaram ataques, ataques com mísseis, na retaguarda dos nossos acampamentos. Um número muito grande dos nossos combatentes foi morto”, sublinhou Yevgeny Prigozhin numa mensagem de áudio transmitida pelo seu serviço de imprensa.
Prigozhin garantiu ainda que irá retaliar por estes ataques que, de acordo com o líder do grupo Wagner, foram ordenados pelo ministro da Defesa russo.
A mensagem de Yevgeny Prigozhin foi acompanhada por vídeo com cerca de um minuto, onde se vê uma floresta destruída, alguns focos de incêndio e pelo menos o corpo de um militar.
O Exército russo já negou a realização de ataques contra acampamentos do grupo Wagner.
“As mensagens e vídeos publicados nas redes sociais por Prigozhin sobre alegados ‘ataques do Ministério da Defesa da Rússia nas bases de retaguarda do grupo paramilitar Wagner’ não correspondem à realidade e são uma provocação”, referiu o governo russo em comunicado.
Estas fortes acusações de Prigozhin expõem as profundas tensões dentro das forças de Moscovo em relação à ofensiva na Ucrânia.
O líder do grupo Wagner tinha referido hoje que o Exército russo está a recuar em vários setores do sul e leste da Ucrânia, Kherson e Zaporijia, respetivamente, contradizendo as afirmações de Moscovo de que a contraofensiva de Kiev era um fracasso.
Prigozhin disse que o mesmo está a acontecer em Bakhmut, onde as forças ucranianas estão a penetrar nas defesas russas.
“Não há controlo, não há sucessos militares” por parte de Moscovo, declarou Prigozhin, afirmando que os militares russos estavam a “lavar-se no seu próprio sangue”, uma forma de dizer que estavam a sofrer pesadas perdas.
Os comentários de Prigozhin, que não podem ser verificados de forma independente, contradizem o Presidente russo, Vladimir Putin, e o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, que afirmaram que o exército estava a repelir todos os ataques ucranianos.
Nos últimos dias, Putin tem repetido que a contraofensiva ucraniana estava a ser um fracasso e que as forças de Kiev sofreram perdas quase catastróficas.
Na quinta-feira, Shoigu disse que o exército ucraniano estava a reagrupar-se, depois de não ter conseguido romper as defesas russas.
Prigozhin descreveu as declarações vitoriosas do Ministério da Defesa em Moscovo como um “profundo engano” e acusou o Estado-Maior de esconder as dificuldades e as perdas russas no terreno.
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