“Insto todos os países a juntar-se aos Estados Unidos na transferência das suas embaixadas para Jerusalém”, disse o chefe do Governo israelita e também ministro dos Negócios Estrangeiros, numa cerimónia celebrada nesse ministério para comemorar a conquista diplomática que significa a mudança, esta segunda-feira, da delegação norte-americana.
Netanyahu incentivou os diplomatas presentes a seguir os passos da Casa Branca “porque é o correto e porque serve para avançar na paz”.
Jerusalém é a capital do povo judaico “desde há 3.000 anos” e “continuará a sê-lo eternamente”, insistiu.
O chefe do Governo israelita agradeceu à ministra dos Negócios Estrangeiros da Guatemala, Sandra Erica Jovel, presente na receção, a decisão do seu país de transferir também a embaixada na próxima quarta-feira, cerimónia a que assistirá o Presidente guatemalteco, Jimmy Morales.
Revelou ainda que “há outros países” que estão a avaliar a possibilidade de fazerem o mesmo, mas recusou adiantar quais, invocando tratar-se de “segredos de Estado”.
Netanyahu também agradeceu ao Presidente dos EUA, Donald Trump, por se ter atrevido a “confrontar o inimigo, Irão”.
A filha e assessora de Trump, Ivanka, e o seu marido, Jared Kushner, chegaram hoje a Telavive para participar, na segunda-feira, na inauguração da embaixada, que se situará no edifício onde, até agora, funcionava a secção de vistos do consulado geral dos Estados Unidos em Jerusalém.
A delegação norte-americana, também presente no evento no Ministério dos Negócios Estrangeiros, foi chefiada pelo subsecretário de Estado, John Sullivan, e incluía ainda o secretário do Tesouro, Steve Mnuchin.
Netanyahu também se referiu, no seu discurso, a vitória de Israel, este sábado, no Festival da Eurovisão, realizado em Lisboa, Portugal.
“Aqueles que não queriam que Israel esteja na Eurovisão vão ter uma Eurovisão em Jerusalém no próximo ano”, disse, numa alusão ao movimento pró-palestiniano que pediu o boicote à artista.
Representantes de dezenas de países, entre os quais a maioria dos Estados europeus, recusaram assistir hoje à celebração, por discordarem da transferência da delegação diplomática norte-americana para Jerusalém, rompendo o consenso da comunidade internacional.
Dos 86 embaixadores e encarregados de negócios convidados para a cerimónia, apenas 40 confirmaram a participação no evento.
Portugal será um dos países ausentes na cerimónia de inauguração da embaixada norte-americana em Jerusalém, disse hoje à Lusa fonte oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros português.
Entretanto, o exército israelita já reforçou as suas tropas perto da fronteira com Gaza a avisou a população do enclave para que não se aproxime da divisória, face aos protestos esperados para os próximos dias, devido à transferência da embaixada e também ao assinalar, esta segunda-feira, dos 70 anos da criação do Estado de Israel.
“Os preparativos ao longo da fronteira com a Faixa de Gaza incluem um aumento do destacamento de um número de batalhões de combate, unidades especiais, forças de inteligência e atiradores. Além disso, o comando central será reforçado com batalhões de combate e equipas de inteligência”, informou hoje o exército israelita em comunicado.
“A organização terrorista Hamas tem estado a liderar e a organizar distúrbios extremamente violentos” na zona nas últimas semanas, disse o exército, acusando o movimento no poder na Faixa de Gaza de “atuar sob o disfarce de manifestantes para procurar danificar a vedação de segurança e perpetrar ataques terroristas em território israelita”.
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