No âmbito da sua visita de Estado aos Estados Unidos, que já incluiu um encontro como o Presidente norte-americano, Joe Biden, Kishida dirigiu-se hoje às duas câmaras do Congresso durante uma sessão solene.
Segundo a agência noticiosa EFE, o discurso do governante nipónico incluiu referências veladas à ala mais radical dos republicanos, apoiantes do antigo presidente e o provável candidato presidencial do Partido Republicano Donald Trump, que defendem a suspensão da ajuda militar à Ucrânia.
Kishida elogiou ainda a liderança de décadas dos Estados Unidos da América (EUA) na formação da ordem liberal internacional, lamentando, porém, “uma corrente subjacente de dúvidas entre alguns norte-americanos sobre qual deve ser o seu papel no mundo”.
“Estas dúvidas estão a surgir numa altura em que o mundo se encontra num ponto de viragem”, alertou o político japonês, que afirmou que “a liberdade e a democracia estão em risco em todo o mundo”.
Qualificando as atividades militares da China no Indo-Pacífico como “o maior desafio à paz e à segurança não só do Japão, mas de toda a comunidade internacional”, Kishida ainda alertou para as ações dos norte-coreanos que, além de apoiarem a invasão russa na Ucrânia, protagonizam o “perigo iminente” de uma escalada nuclear na Ásia.
“A Ucrânia de hoje poderá ser a Ásia Oriental de amanhã”, argumentou o nipónico para quem “a liderança dos Estados Unidos é indispensável”.
Nesta ocasião, ofereceu o apoio do Japão para trabalhar lado a lado para “dissuadir a agressão e garantir a paz” e recordou que o seu governo está a implementar um forte aumento do orçamento militar.
Sob o aplauso de quase todos os congressistas, Kishida prometeu que “o Japão continuará a apoiar a Ucrânia”.
A administração Biden optou por uma aliança mais estreita com o Japão e a Coreia do Sul, face à crescente influência da China no Indo-Pacífico e às ameaças do regime de Pyongyang.
Na quarta-feira, Biden e Kishida anunciaram a maior reformulação, em 65 anos, da aliança militar entre os países, nesta que é a primeira visita de Estado de um dirigente japonês em nove anos.
Por sua vez, e numa reação ao encontro entre Biden e Kishida, Pequim acusou hoje os Estados Unidos e o Japão de “difamar e atacar a China”.
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