“Feitas as reuniões com todos os partidos, achamos que agora era altura de o senhor Presidente da República aceitar reunir-se com os professores”, disse Mário Nogueira, secretário-geral da Federação Nacional de Professores (Fenprof) e representante da plataforma das dez estruturas sindicais.
As declarações de Mário Nogueira foram feitas no final da reunião de hoje em Lisboa entre representantes da plataforma e a secretária-geral adjunta do PS, Ana Catarina Mendes, e o coordenador socialista da área da educação na Assembleia da República, Porfírio Silva.
“Há um aspeto que nos deixa satisfeitos e outro que nos deixa preocupado”, resumiu Mário Nogueira sobre o encontro, explicando que os docentes ficaram satisfeitos com o facto de o PS reconhecer que a recuperação do tempo de serviço é uma questão “para ser negociada entre os sindicatos e o Governo e não é uma matéria da Assembleia da República” (AR) e ficaram preocupados porque não houve uma “posição clara” de que têm de ser recuperados os cerca de nove anos de serviço exigidos pelos professores.
“O que nos preocupa é não haver da parte dos representantes do PS, tal como houve da parte dos restantes partidos, uma posição clara de que nove anos, quatro meses e dois dias é o tempo a recuperar. Mas também é verdade que a questão não foi posta de forma contrária, ou seja, defendendo que seria só uma parte ou que o tempo não seria recuperado integralmente”, sublinhou.
Mário Nogueira lembrou ainda que a AR “já fez o seu papel, ao aprovar a Lei do Orçamento do Estado e uma resolução” e que agora está apenas em cima da mesa o prazo e o modo de recuperação dos anos de serviço congelados, o que deverá acontecer no início de setembro, quando foram retomadas as negociações.
Sobre as reuniões com todos os outros partidos políticos com assento na AR- CDS, PSD, PAN, PEV, PCP, BE – Mário Nogueira fez um “balanço positivo”, lembrando que os encontros não foram para discutir apenas a questão da recuperação dos anos de serviço congelados, mas muitos dos problemas que envolvem professores e a escola pública.
“Não sei se o senhor Presidente está à espera que, um dia destes, uma delegação de professores esteja num sítio onde ele se desloca para lhe entregar um papel a pedir a marcação de uma reunião”, afirmou, lembrando que já foram pedidas duas reuniões: a primeira realizou-se com os assessores do PR e o segundo pedido “ainda não teve resposta”.
“O senhor Presidente se tiver um buraquinho na sua agenda, mesmo que seja neste período de férias, nós saímos do sítio onde estivermos e vamos lá. Era importante o senhor Presidente receber e ouvir os professores”, defendeu.
A plataforma que hoje foi recebida no Largo do Rato levou a cabo a greve às reuniões de avaliação até meados de julho depois de não terem conseguido chegar a acordo com o Governo sobre a recuperação do tempo de serviço congelado para efeitos de progressão na carreira.
Os sindicatos exigem a recuperação de todo o tempo de serviço que esteve congelado - nove anos - mas a proposta do Governo é de recuperar dois anos e nove meses de serviço.
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