Os dados são do Observatório Nacional da Diabetes e vão ser refletidos durante a 11.ª Reunião Nacional do Núcleo de Estudos da Diabetes Mellitus da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna.
Segundo o organizador do evento, Carlos Godinho, a crise económica vivida em Portugal, nos últimos anos, “trouxe um acréscimo da diabetes” porque as pessoas ao terem menos poder de compra optam por alimentos de fraco valor nutricional que favorecem a obesidade.
“A crise ajudou os portugueses a alargarem o cinto. Não a apertar mas sim a alargar o cinto porque engordaram devido a uma má alimentação e esse é um dos fatores associados ao aumento da diabetes”, disse à Lusa aquele responsável.
O aumento da diabetes tipo 2 nas crianças e nos jovens até aos 20 anos é fator de preocupação que integra os tópicos desta reunião assim como a diabetes gestacional e a educação terapêutica.
O conceito de educação terapêutica consiste em dotar o doente de conhecimentos suficientes para que o próprio possa gerir a sua doença.
Carlos Godinho explicou que a educação terapêutica pode ser aplicada aos diabéticos e pode influenciar na história natural da doença e até ajudar a prevenir o aparecimento de complicações.
Os profissionais de saúde pretendem que a prevenção da diabetes possa envolver toda a sociedade portuguesa.
“A diabetes é um problema de todos. Da classe médica e dos profissionais de saúde em geral, mas também da população e das autoridades de uma forma geral”, observou dando como exemplo as autarquias que podem apostar na criação de espaços ao ar livre onde a população possa praticar exercício físico.
Combater os hábitos sedentários e incentivar bons hábitos alimentares são vitais para a prevenção da diabetes e também na sua gestão após diagnóstico.
A 11.ª Reunião Nacional do Núcleo de Estudos da Diabetes Mellitus da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna decorre em Olhão, distrito de Faro, até 22 de outubro.
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