No dia em que o Parlamento Europeu (PE) aprovou uma proposta que prevê a proibição, a partir de 2021, da venda de produtos de plástico de utilização única, a APIP diz, num comentário enviado à Lusa, que a medida pode pôr em causa a saúde pública.
Segundo a proposta do PE, será proibida a venda de pratos, talheres, cotonetes, palhinhas, agitadores para bebidas e varas para balões, ente outros produtos.
Segundo a APIP a utilização de produtos plásticos descartáveis cinge-se a um nicho de mercado muito específico, numa função prática e essencialmente de “segurança, higiene e saúde pública”, pelo que proibi-la pode por em risco a “saúde pública”.
Quanto às embalagens “take away”, que estão na proposta do Parlamento, a APIP diz não as considerar descartáveis, já que podem ser lavadas e usadas pelo consumidor muitas vezes. E como são feitas de apenas um tipo de plástico são matéria reciclável, devendo ser criadas estruturas para a correta recolha e reciclagem, defende a associação.
“Informamos ainda que já existem no mercado embalagens produzidas pelos nossos associados, fabricadas com 70% de material reciclado, incluindo material pós-consumo”, diz a APIP no comentário enviado à Lusa, no qual considera que ainda é prematura uma solução para o problema do lixo de plástico baseada no biodegradável.
A APIP avisa ainda que há situações em que muito dificilmente se consegue substituir a loiça descartável, como em hospitais ou lares, por questões de segurança sanitária, ou prisões, por questões segurança das pessoas, ou ainda aviões ou locais de restauração rápida ou de grande aglomerado de pessoas.
A proposta do Parlamento Europeu foi aprovada por 571 votos a favor e apenas 53 contra.
Contactada pela Lusa a propósito da medida, Pedro Carvalho, da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) disse que as medidas vão ser analisadas e lembrou que foi lançada pela associação em maio passado a iniciativa “Menos Plástico, Mais Ambiente”, para sensibilizar restauração e população para a importância de minimizar impactos ambientais na utilização de plástico descartável.
“É claro que as grandes mudanças nunca são fáceis para as empresas, por isso, entendemos que é necessário dar-lhes tempo e toda a informação necessária para que possam adaptar-se às novas exigências”, diz a AHRESP, citando Pedro Carvalho, coordenador do departamento de investigação, planeamento e estudos.
A campanha “Menos Plástico, Mais Ambiente”, acrescentou, foi o primeiro passo da AHRESP para “a preparação dos empresários para a aplicabilidade” de novas medidas, sendo que a associação defende “políticas que incentivem as boas práticas e a mudança de comportamentos”.
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