De acordo com um projeto de resolução do grupo parlamentar do PS, que baixou na terça-feira à Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas para discussão, a ligação ferroviária entre as estações de Contumil, no Porto, e Leixões, em Matosinhos, é “uma linha transversal e circular, que se cruza com quatro linhas do metro”.

“Entendemos que esta linha poderá ser o anel estruturante para complementar a rede do Metro do Porto”, lê-se no documento, que é assinado pelos deputados do PS Fernando Jesus e Luís Moreira Testa.

Os socialistas defendem que a reativação desta linha para passageiros “ampliaria exponencialmente o número de percursos possíveis na rede de metro”.

A ligação ferroviária em causa é utilizada para mercadorias, tendo tido já serviço de passageiros até 1987 e entre maio de 2009 e janeiro de 2011.

Os deputados argumentam que esta ligação ferroviária serve “zonas muito populosas”, como Matosinhos, São Mamede de Infesta e Pedrouços, e ainda passa “junto a uma zona industrial onde pontificam empresas como a Efacec, Unicer, as oficinas da Metro do Porto, além do núcleo instalado na ex-CEPSA”.

“Tudo fatores fortemente indutores de tráfego para um sistema integrado de transportes como este seria”, alegam.

Para os socialistas, esta solução, além as vantagens operacionais e da melhoria significativa da rede, permitiria ainda uma melhor rentabilização do material circundante dos comboios Urbanos do Porto, reduzindo os seus tempos de paragem fora do pico.

No início da semana passada, o PCP defendeu a reabertura deste serviço ferroviário de passageiros entre Leixões e Ermesinde, com a sua ligação a Campanhã, no distrito do Porto, por considerar que se trata de uma “necessidade imperiosa” para as populações.

“É uma necessidade imperiosa reativar esta linha, porque serve importantes núcleos urbanos, com um crescente número de populações que estão afastadas da rede de metro e com grandes deficiências na cobertura por outros meios de transportes”, disse então à Lusa o deputado comunista na Assembleia da República Jorge Machado, acompanhado de outros deputados e autarcas, durante uma ação de esclarecimento em São Mamede de Infesta, Matosinhos.