“Nós [PSD/Açores] apelamos ao Governo da República para que, rapidamente, se não ontem, hoje mesmo, envie para publicação a portaria para que se possam concluir, da parte da ANA, as negociações com a Ryanair e assim [a empresa de aviação] poder permanecer nos Açores”, afirmou hoje aos jornalistas, em Santa Cruz da Graciosa, na ilha Graciosa, o líder parlamentar do PSD açoriano, João Bruto da Costa.

O social-democrata pronunciou-se sobre o processo de revisão da taxa de segurança nos aeroportos da ANA Vinci nos Açores e também exortou os socialistas locais a pararem com o “combate político” ao Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) e a juntarem-se na “defesa dos Açores”.

“Nós soubemos ontem [quinta-feira] que, há mais de dois meses, a ANA Aeroportos pediu uma redução em 49% da taxa aeroportuária de segurança. Sabemos também que, há mais de mês e meio, a ANAC [Autoridade Nacional de Aviação Civil] emitiu parecer favorável a essa redução”, disse.

Para João Bruto da Costa, a redução da taxa “é necessária para a ANA concluir de forma favorável aos Açores as negociações para a permanência da operação da Ryanair”.

O líder parlamentar do PSD/Açores também pediu aos socialistas locais que “parem” com as críticas ao Governo Regional, porque “já basta de quererem prejudicar os Açores, pensando, com isso, que fazem combate político ao Governo da coligação”.

“Nós temos é que estar juntos na defesa dos Açores e apelar para que o Governo da República, rapidamente, publique a portaria que falta para se concluírem de forma favorável aos Açores, as negociações com a Ryanair, para que a sua operação permaneça e não prejudique, conforme já está a prejudicar, eventualmente, o inverno” e o próximo ano, declarou Bruto da Costa.

A incerteza da permanência da Ryanair nos Açores “há mais de um mês poderia estar resolvida com a publicação da portaria por parte da República”, vincou.

De acordo com o Jornal de Negócios, a Ryanair e o Governo dos Açores “ainda não chegaram a um entendimento para a manutenção da base da companhia aérea no arquipélago”.

O CEO da companhia aérea, Eddie Wilson, declarou, na quarta-feira, ao jornal, que mantém as negociações, mas como não houve “nenhum desenvolvimento para incentivar” a empresa a ficar, a decisão de sair de Ponta Delgada “está iminente”.

O presidente da ANA, Thierry Ligonnière, disse na quinta-feira aos jornalistas, no final de uma reunião com a secretária regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, Berta Cabral, que as taxas do aeroporto de Ponta Delgada “são as mais baixas de todos os aeroportos da rede da ANA em Portugal”, mas a Ryanair tem “razão” relativamente à taxa de segurança.

A ANA propôs uma redução de 3,54 euros para 1,80 euros por passageiro, mas, para ser aplicada, depende “de uma portaria que ainda não foi concretizada” e não da empresa.

Por sua vez, Berta Cabral disse que as negociações do Governo Regional com a empresa de aviação Ryanair para a manutenção da base da companhia no arquipélago “estão no bom caminho”.

“Neste momento, do nosso lado, as questões estão muito bem encaminhadas, mas, há, de facto, ainda situações para resolver com a ANA Vinci. E são essas [questões] que estão pendentes e um acordo só estará fechado quando estiver fechado com as três partes”, esclareceu.