“Se os membros do Governo foram tão só passageiros, refastelados no banco de trás, já os valores essenciais à boa governação democrática foram, simplesmente, atirados para a mala do carro”, declarou Adão Silva no período de declarações políticas na reunião da Comissão Permanente da Assembleia da República — órgão que substitui o plenário na sequência da dissolução do parlamento.

Na sua intervenção, Adão Silva aludiu às declarações do ex-ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, depois de o Ministério Público ter acusado o seu motorista de homicídio por negligência pelo atropelamento mortal de um trabalhador da autoestrada A6.

Para o líder da bancada social-democrata, o ex-governante foi “cruel e insensível”, mas acabou por “proferir uma poderosa e reveladora metáfora” sobre o executivo de António Costa.

“Tem sido um Governo em que os seus membros, cerca de 70, são apenas passageiros, sem culpa de nada, sem responsabilidade em nada”, criticou.

De seguida, o líder parlamentar do PSD falou sobre a prisão domiciliária decretada ao antigo ministro da Economia Manuel Pinho, que “terá dado, de forma ilegítima, benefícios patrimoniais milionários à EDP”.

“Terão sido centenas e centenas de milhões de euros, desviados do interesse público, retirados aos portugueses para acrescentar riqueza a quem já é rico e poderoso. A injustiça e a iniquidade servidas no ardil da opacidade”, referiu.

Porém, apontou o social-democrata, “hoje, 16 de dezembro, faz precisamente dois anos que a EDP fechou um chorudo negócio, ao vender à Engie, por 2,2 mil milhões de euros, seis barragens no distrito de Bragança”, uma venda “multimilionária pela qual o Governo de António Costa não só não exigiu qualquer contrapartida, como ainda por cima teima em isentar a EDP de mais de 400 milhões de Euros de impostos que são devidos aos Portugueses”, disse.

“Há 15 anos, como há dois anos, com os governantes socialistas o lema é sempre o mesmo: tudo a bem da EDP, tudo contra o bem dos portugueses. Há 15 anos, como agora, a mesma injustiça, a mesma iniquidade, a mesma opacidade”, acusou.

Para o PSD, “falta apenas que, como aconteceu agora com o doutor Pinho, o Ministério Público não deixe de fazer com total autonomia, a investigação que os portugueses reclamam”.

O líder parlamentar advogou que “os portugueses não querem mais ministros e secretários de Estado que sejam meros passageiros”, mas “um Governo novo, lúcido, de ação, que tenha rumo e se bata pelo futuro dos portugueses”.

“Não precisamos de uns ministros e secretários de Estado refastelados no banco de trás da governação, assistindo ao desfilar do atraso, de desmotivação, da insegurança dos portugueses. Não toleramos mais esquemas de favorecimento dos poderosos, porque desses esquemas nascem a injustiça e a iniquidade. Os portugueses necessitam desesperadamente de respirar ar puro, sem os fumos tóxicos de corrupção. Os portugueses podem ter isso tudo, a partir do dia 30 de janeiro”, rematou.

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