“Os viticultores falam de uma quebra significativa de produção devido às doenças da vinha, granizo e escaldão originado pelas temperaturas elevadas, e, aquilo que temos constatado, é que os números são preocupantes”, afirmou à agência Lusa Pedro Pimentel, deputado social-democrata eleito pelo distrito de Vila Real.

A poucos dias do início da vindima no Douro, o parlamentar está a fazer uma ronda por algumas adegas para “auscultar os problemas que afetam” este território, que “vive quase única e exclusivamente da vinha e do vinho”.

As cooperativas agregam uma percentagem significativa dos pequenos e médios produtores da região demarcada.

A adega de Santa Marta de Penaguião possui 1.400 associados, que se queixam de quebras na produção que podem ir dos “30% aos 50%”, a cooperativa de Murça junta 750 associados e prevê menos “35% a 40%” e, com 600 associados, a adega de Alijó perspetiva uma diminuição na colheita entre os “40% a 50%”.

A situação não é igual em toda a região do Douro. Nuns locais as queixas vão mais para o granizo, noutros mais para as doenças, como o míldio, o oídio ou a podridão negra, que afetaram as videiras, e, a tudo isto, junta-se ainda o escaldão provocado pelo calor intenso do início de agosto.

“Esta quebra traduzir-se-á num problema para todos os agricultores que vivem do vinho. Problemas que se agudizam de ano para ano”, salientou Pedro Pimentel.

De acordo com o responsável, muitos dos pequenos e médios produtores não possuem seguros de colheita.

O deputado elencou outra preocupação referida pelas cooperativas e que está relacionada com a necessidade de, nesta vindima, “haver uma fiscalização mais apertada por parte dos serviços do Ministério da Agricultura” para “impedir a entrada de uvas de fora da região”.

Depois da recolha de informação sobre o Douro, Pedro Pimentel disse que vai questionar o Governo, através do ministro da Agricultura, Capoulas Santos, sobre se tem conhecimento da situação preocupante que se vive neste território e reivindicar “medidas excecionais para ajudar os viticultores”, sem especificar quais são essas medidas.

“Sendo este um ano atípico será importante o Governo olhar também de maneira atípica para a região e ajudar, sobretudo, os pequenos agricultores que dependem muito desta cultura para poderem sobreviver”, sublinhou o deputado.

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