“Tenho a certeza que uma terceira via faz falta, não só ao PSD como também ao país. Temos de trazer novos protagonistas, não os mesmos que estão há muitos anos na ribalta. Eu tenho uma vida pública e não uma vida mediática”, declarou Nuno Miguel Henriques, à entrada para o Conselho Nacional do PSD que decorre esta tarde em Aveiro.

Questionado sobre a eventual antecipação das eleições internas, Nuno Miguel Henriques escusou-se a comentar as datas propostas pelo presidente do PSD, Rui Rio, e pelo seu opositor Paulo Rangel, de 20 e 27 de novembro, mas mostrou-se convicto que irá haver uma segunda volta.

“Penso que vai haver uma segunda volta, que está prevista até agora para o dia 11 de dezembro e que se pode mudar - depressa e bem não faz ninguém, vale mais com calma fazer aquilo que devemos fazer que é debater o partido e as melhores propostas”, afirmou.

O ex-candidato à Câmara de Alenquer disse ainda que está a recolher assinaturas como todos os outros candidatos e que no dia 12 irá apresentar o seu programa completo, depois de apresentar hoje aos conselheiros nacionais “os pressupostos” da sua candidatura.

“É uma candidatura que pretende um Portugal mais e melhor, mudar o partido do ponto de vista não só dos estatutos, mas de outras áreas. Queremos fazer um partido diferente e unir”, referiu.

Na última reunião do Conselho Nacional do PSD, há cerca de três semanas, as eleições diretas foram marcadas para 04 de dezembro e o Congresso para 14, 15 e 16 de janeiro.

O calendário aprovado tinha sido inicialmente proposto pela direção, mas, na véspera do Conselho Nacional e após alertas do Presidente da República de que poderia haver uma crise política, Rio apelou à suspensão da disputa interna para depois de se esclarecer se o Orçamento do Estado era ou não aprovado. A proposta acabaria rejeitada com 71 votos contra, 40 a favor e 4 abstenções.

Perante o ‘chumbo’ do Orçamento em 27 de outubro, mais de 60 conselheiros nacionais e dirigentes distritais fizeram um pedido para um Conselho Nacional extraordinário para antecipar o Congresso para entre 17 e 19 de dezembro, que mereceu o apoio de Paulo Rangel, e que deverá ser votado hoje.