“Com o fim do Governo, é um bom momento para fazer mais um balanço e colocar à evidência de todos os portugueses que a governação do PS durante oito anos não acrescentou, bem pelo contrário, retirou ao país no que diz respeito, entre muitas outras coisas, aos serviços públicos, que estão a funcionar pior devido à incapacidade de gestão”, acusou o vice-presidente da bancada do PSD Hugo Carneiro.
O deputado social-democrata considera que “a falência dos serviços públicos é um dos principais temas que preocupa os portugueses”, apesar de o espaço público “estar muitas vezes contaminado com muito ruído” sobre outros assuntos.
A fixação da ordem do dia pelos sociais-democratas sobre a “situação dos serviços públicos” pretende debater áreas tão diversificadas como os problemas na educação ou saúde, a extinção do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, os problemas com as carreiras na justiça ou os atrasos nos tribunais, a dificuldade de acesso à habitação ou a manutenção de atendimentos apenas por agendamento em muitos serviços públicos.
Para responder a todas as perguntas do PSD, Hugo Carneiro defendeu que “seria razoável” a presença na Assembleia da República dos vários governantes que tutelam todas estas áreas.
“Tenho dúvidas que venham dar a cara por aquilo que fizeram, ou melhor, por aquilo que não fizeram e, não fazendo, muito prejudicaram o nosso país”, disse.
Contactado pela Lusa, o gabinete dos Assuntos Parlamentares informou que não estará ninguém a representar o Governo neste debate, com início marcado para as 15:00.
Na área da saúde, o ‘vice’ da bancada social-democrata prometeu que o PSD irá “desmontar muitas das afirmações” que o primeiro-ministro tem feito e repetiu na entrevista à CNN, lembrando que o Governo prometeu, por exemplo, que todos os portugueses teriam médico de família e existem 1,6 milhões de cidadãos que não o têm.
Já na educação, o deputado apontou os recentes resultados do relatório internacional PISA para lamentar que, entre 2018 e 2022, os alunos portugueses tenham perdido o equivalente a “um ano de aprendizagem na área da matemática”.
“A culpa não é da pandemia, mais de 30 países dos que foram avaliados melhoraram os seus resultados. Deve-se à incapacidade do Ministério da Educação de resolver problemas”, disse, apontando a falta de professores e a desmotivação destes profissionais entre os principais.
“Não podemos atirar areia para os olhos dos portugueses dizendo que reduzimos a dívida pública, que temos mais funcionários públicos, quando efetivamente as coisas estão a funcionar pior para todos os portugueses”, disse, salientando que o PSD “valoriza muito o papel dos funcionários públicos”.
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