O antigo presidente da Câmara do Porto Rui Rio apresenta hoje ao final da tarde a candidatura à presidência do PSD em Aveiro, numa “declaração pública”, um dia depois de Santana Lopes ter assumido que também disputará a liderança. “O anúncio será feito através de uma declaração pública, aberta aos militantes e à comunicação social” e terá lugar num hotel em Aveiro, pelas 18:30, refere a nota enviada às redações.
“É hora de agir” será o ‘slogan’ de campanha de Rui Rio, segundo foi divulgado no sábado pelo semanário Expresso.
O líder da distrital do PSD de Aveiro, Salvador Malheiro, é apoiante de Rui Rio desde a primeira hora. Também a distrital da Guarda e os presidentes das distritais de Portalegre e Vila Real, Armando Varela e Alberto Machado, já manifestaram o seu apoio ao antigo autarca, a título pessoal.
O Conselho Nacional do PSD aprovou na segunda-feira a realização de eleições diretas para escolher o presidente do partido em 13 de janeiro e o Congresso em 16, 17 e 18 de fevereiro.
Na terça-feira, no seu espaço de comentário televisivo semanal na SIC, Pedro Santana Lopes confirmou que será também candidato à liderança do PSD, pouco depois de a seleção nacional ter derrotado a Suíça e conseguido o apuramento para o campeonato do mundo de futebol, que se disputará na Rússia no próximo ano. "Hoje é um dia de boas noticias, Portugal ganhou e eu sou candidato à liderança do PPD/PSD", afirmou.
Apesar de ter remetido a apresentação formal da sua candidatura para a próxima semana, Santana Lopes respondeu, durante quase meia hora, a perguntas da jornalista Clara de Sousa, que costuma moderar o debate com o socialista António Vitorino.
Nessa entrevista, disse candidatar-se por uma questão de dever, mas também para não entregar o partido aos que criticaram “o trabalho de salvação nacional” do anterior executivo, liderado por Pedro Passos Coelho, numa referência a Rui Rio.
Santana fez também questão de se distanciar do antigo autarca do Porto em matéria de posicionamento em relação ao PS, dizendo não ter "propensão para fazer um Bloco Central”, embora remetendo para Rui Rio a oportunidade de esclarecer na apresentação da candidatura o que defende nesta matéria.
Na semana passada, o ex-líder parlamentar do PSD Luís Montenegro, o eurodeputado Paulo Rangel e o antigo líder da JSD Pedro Duarte excluíram-se desta disputa interna, estando ainda em aberto a possibilidade de o ex-líder da distrital de Lisboa do PSD Miguel Pinto Luz também vir a entrar na corrida à presidência dos sociais-democratas.
A 3 de outubro, o presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, anunciou que não se iria recandidatar ao cargo, dois dias depois de um dos "piores resultados de sempre" do partido em autárquicas e com o argumento de não querer passar a ideia de estar "agarrado ao poder".
Nas eleições autárquicas, o PSD perdeu oito presidências de câmaras municipais face a 2013, ano em que tinha registado o seu pior resultado, ficando agora com 98 (79 sozinhos e 19 em coligação). Em termos de votação nacional, o PSD obteve, sozinho, 16,08%, dos votos, uma percentagem ligeiramente abaixo dos 16,70% de há quatro anos.
Comentários