A manhã do segundo dia do 38.º Congresso do PSD arrancou o período de intervenções políticas, com a sala a ir enchendo e ainda sem falarem sociais-democratas mais destacados. Virgínia Estorninho recordou ser militante desde a fundação do PSD e prometeu continuar a lutar pelo partido “até que a morte” a chame.
“Nunca nenhum dos diversos presidentes me conseguiu parar nem calar, pois também não será agora que isso vai acontecer, vão ter de me aturar”, avisou a militante, que tem sido muito crítica da liderança de Rui Rio.
A congressista acusou o primeiro-ministro socialista, António Costa, de ser “o maior ilusionista que o país já conheceu e que vai anestesiando os votantes com magias perigosas”, pedindo ao PSD “coragem” para o denunciar em matérias como o amianto nas escolas ou o trabalho precário.
“Do presidente do meu partido espero e ouso esperar coragem política nestes casos”, afirmou.
Virgínia Estorninho demarcou-se ainda do que considerou “os fundamentalismos do PAN”, criticando o PS por ter concordado, depois de um acordo com aquele partido, alterar o IVA das touradas de 6 para 23%.
“Como moradora do Ribatejo e filha de forcados repudio e quero a continuação das touradas como cultura”, disse.
Sofia Vala Rocha, que recentemente perdeu a corrida para a liderança da distrital do PSD/Lisboa para Ângelo Pereira, subiu ao palco para discordar de uma ideia defendida pelo presidente do PSD, Rui Rio, no discurso de abertura do congresso, quando este disse que não foram as câmaras, incluindo a de Lisboa, que endividaram o Estado português, mas sim a administração central.
“Disse que a Câmara de Lisboa não endividou o país. Aí endividou, endividou”, disse, por diversas vezes.
A reversão do Parque Mayer, a passagem da Carris “limpinha” para a Câmara de Lisboa e as casas para renda acessível em parceria público-privada foram, segundo a social-democrata, decisões tomadas pelos socialistas António Costa e depois Fernando Medina - a quem chamou “padrinho” e “afilhado” - “para ganhar eleições” na Câmara de Lisboa.
“Com todo o respeito”, Sofia Vala Rocha insistiu que “a Câmara de Lisboa endividou e muito os portugueses” e terminou com um pedido a Rui Rio nas autárquicas de 2021: “uma candidatura ganhadora para em Lisboa tirarmos Medina e Costa do poder”.
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