"A Rússia está aberta ao diálogo com o lado ucraniano, bem como com todos aqueles que querem a paz na Ucrânia. Mas com a condição de que todas as exigências russas sejam atendidas", anunciou o Kremlin num relatório sobre a ligação entre os dois chefes de Estado, que ocorreu "por iniciativa da Alemanha".

As exigências incluem o estatuto de neutralidade e não nuclear da Ucrânia, a sua "desnazificação", o reconhecimento da Crimeia como parte da Rússia e a "soberania" dos separatistas nos territórios do leste da Ucrânia.

Segundo o Kremlin, Putin disse esperar que "os representantes de Kiev tomem uma posição razoável e construtiva na terceira ronda de negociações".

Nessa mesma conversa, Putin nega que a Rússia tenha bombardeado cidades ucranianas. "As informações sobre o suposto bombardeamento de Kiev e de outras grandes cidades são falsidades grosseiras e propagandísticas", disse.

Por sua vez, da parte de Schulz, “o chanceler disse que estava muito preocupado”, invocando “as imagens e informações terríveis vindas da Ucrânia”, de acordo com um comunicado do Governo alemão.

Olaf Scholz pediu ao líder russo que “cesse imediatamente todos os combates e permita o acesso humanitário às zonas de combate” e ambos concordaram em voltar a falar, em breve.

De acordo com o Governo alemão, Putin terá referido o seu propósito de aceitar uma terceira ronda de negociações russo-ucranianas no próximo fim de semana.

Na quinta-feira, os negociadores da Ucrânia e da Rússia concordaram com um cessar-fogo temporário, bem como o estabelecimento de corredores humanitários.

Putin tinha já falado telefonicamente com o seu homólogo francês, na quinta-feira, levando Emmanuel Macron a concluir que teme que “o pior ainda está para vir”, no que diz respeito à situação de conflito.

Segundo fontes da Presidência francesa, Putin disse que a ofensiva na Ucrânia estava a correr “como planeado” e que se intensificaria, a menos que Kiev aceitasse as suas condições, incluindo a desmilitarização.