Hoje, o Presidente russo falou pela primeira vez no assunto e confirmou relatos que tinham sido divulgados por meios de comunicação social russos, segundo os quais o submarino era movido a energia nuclear.
Segundo esses relatos, o submarino acidentado era um AS-12, de propulsão nuclear, batizado como Locharik, em homenagem a um personagem de banda desenhada do tempo da União Soviética.
O Ministério da Defesa continua a não identificar a tipologia de submarino, mas Putin esclareceu a forma de propulsão, após ter reunido com o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, que acabara de regressar do porto ártico de Severomorsk, uma base da Frota do Norte da marinha russa, onde o submarino acidentado se encontra em reparações.
No acidente morreram 14 marinheiros, que terão sucumbido aos fumos do incêndio, que os envenenaram, mas o Ministério da Defesa reserva mais informações para o final de um inquérito que já se iniciou.
Hoje, centenas de marinheiros reuniram-se em frente à principal catedral naval da Rússia, numa ilha no golfo da Finlândia, perto de São Petersburgo, para lamentar a morte dos soldados vitimados pelo incêndio no submarino.
Putin falou hoje pela primeira vez deste acidente, reavivando a memória de um episódio, em 2000, quando foi muito criticado pela forma ausente como lidou com um acidente envolvendo o submarino Kursk, que se afundou no mar de Barrents, matando 118 tripulantes.
Nos últimos dez anos, três incêndios foram também registados em submarinos russos que se encontravam parados para reparação, com vários especialistas a refreiem problemas de observação de padrões de segurança nos estaleiros.
Outros acidentes fatais ocorreram nas décadas de 1960 e 1970, envolvendo submarinos, principalmente soviéticos, mas também americanos, contando entre eles o que provocou o desaparecimento do USS Thresher, com 129 pessoas a bordo, que se tornou o maior desastre com esta tipologia de embarcações até hoje.
O acidente de segunda-feira ocorreu na zona do Ártico, onde a Rússia continua a reforçar a sua presença civil e militar, ambicionando tornar-se a maior potência na região, aproveitando o degelo provocado pelas alterações climáticas para abrir novas rotas comerciais.
Nos últimos anos, a Rússia instalou várias bases militares no Ártico, depois de quase ter abandonado a zona após o desaparecimento da União Soviética.
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