O presidente russo começou por felicitar as forças do seu país pela vitória na II Guerra Mundial, há 77 anos, e referiu imediatamente a Ucrânia.

"Agora é a mesma coisa. Estão a lutar pelo nosso povo em Donbass, pela segurança da nossa pátria. O dia da vitória está próximo de cada um dos nossos corações. Não há família na Rússia que não tenha sido queimada pela grande guerra patriótica. Estamos orgulhosos da geração de vitoriosos", apontou.

Numa ligeira pausa da sua retórica anti-ocidental, Vladimir Putin disse que a Rússia celebra, como "estimados camaradas", os membros dos exércitos aliados — incluindo ingleses, franceses e americanos — que lutaram ao lado da União Soviética na II Guerra Mundial

De seguida, afirmou-se que estava a dirigir-se às forças armadas da Rússia e aos "milicianos de Donbass", que estão a lutar nas suas terras para defender a Rússia.

"Hoje, as milícias do Donbass, juntamente com o exército russo, estão a lutar nas suas próprias terras (...). Agora dirijo-me às nossas tropas e milícias em Donbass: estão a lutar pela sua pátria, pelo seu futuro, para que ninguém esqueça as lições da Segunda Guerra Mundial, para que não haja espaço para os nazis", disse Putin, no seu discurso na Praça Vermelha.

Putin disse ainda que a ação militar da Rússia na Ucrânia é uma resposta oportuna e necessária às políticas ocidentais.

O presidente russo traçou paralelos entre a luta do Exército Vermelho contra as tropas nazis e a ação das forças russas na Ucrânia e afirmou que a campanha na Ucrânia foi um movimento oportuno e necessário para evitar uma potencial agressão.

O Dia da Vitória de Moscovo prosseguiu com um minuto de silêncio para homenagear os militares que morreram em combate. Putin disse que as perdas para as forças militares da Rússia são "uma tragédia para todos nós",  mas "uma perda insubstituível para as suas famílias".

Putin desejou ainda uma rápida recuperação aos soldados e oficiais feridos e informou ter assinado uma ordem executiva a fim de prestar "apoio crucial" aos "filhos dos camaradas caídos".

No final, o presidente russo disse "Glória às nossas forças armadas. Pela Rússia! Pela vitória!" e houve uma saudação de armas, seguida do hino do país.

Antes do discurso, decorreu o desfile por ocasião do 77.º aniversário da vitória soviética sobre a Alemanha nazi na Segunda Guerra Mundial, na Praça Vermelha, que não contou com a presença de nenhum presidente estrangeiro, uma vez que a "operação militar especial" foi condenada pela maioria da comunidade internacional.

O Dia da Vitória comemora a vitória europeia dos Aliados sobre o regime da Alemanha nazi, no final da Segunda Guerra Mundial, em 8 de maio 1945. Nos países sob influência da antiga União Soviética, a partir de 1967, o Dia da Vitória começou a ser comemorado no dia 9 de maio, referindo-se ao dia da capitulação das forças nazis perante as tropas soviéticas, e passou a ser considerado um dia feriado. Na maior parte dos países europeus ocidentais, continuou a celebrar-se o Dia da Vitória em 8 de maio.

Nas últimas semanas, os serviços de informações ocidentais passaram a mensagem de que o Kremlin gostaria de celebrar o dia 9 de maio deste ano com uma importante vitória na guerra na Ucrânia.

(Notícia atualizada às 10h33)