“Cerca de 20 mil pessoas” estão a aprender português, “neste momento”, disse, em Évora, Guillermo Fernández Vara, presidente da Junta da Extremadura, à margem do III Plenário da eurorregião EUROACE.
Segundo o responsável, o número de alunos de português como língua estrangeira tem vindo a aumentar naquela região espanhola porque os habitantes “puderam comprovar que isso lhes permite ter saídas laborais”.
“Neste momento, Portugal está quase com um pleno emprego, o desemprego é técnico, com números abaixo dos 10%”, enquanto, em Espanha e na Extremadura, “os valores ainda são muito mais altos”, explicou.
Por isso, continuou, “as pessoas estão a descobrir que Portugal é uma boa oportunidade” e, à medida que as vias de comunicação melhoraram, aperceberam-se de que “Lisboa está a um ‘salto’ de Extremadura”.
A língua, frisou, é utilizada “como uma oportunidade de futuro para o trabalho” e “há muita gente, não só nas escolas, mas também na formação contínua e na laboral que quer que o português esteja presente nos currículos”.
Portugal e o Governo da comunidade espanhola da Extremadura assinaram, no passado dia 15 de maio, em Mérida, um memorando de entendimento para consolidar o ensino do português como segunda língua estrangeira no sistema educativo não universitário daquela região.
O memorando, revelou na altura a Embaixada de Portugal em Madrid, vai permitir o desenvolvimento de “iniciativas transfronteiriças em matéria de formação, ensino, aprendizagem e promoção das línguas e das culturas portuguesa e espanhola no âmbito não universitário”.
No plenário da EUROACE hoje realizado em Évora, a presidência da eurorregião transitou da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Alentejo para a CCDR Centro, presidida por Ana Maria Abrunhosa, para o mandato que abrange o próximo quadriénio.
A EUROACE foi a primeira eurorregião de composição tripartida a ser criada na fronteira luso-espanhola, em 2009, para impulsionar as relações de cooperação e reforçar estratégias de colaboração entre o Alentejo, Centro e Extremadura.
O presidente da Junta da Extremadura garantiu que “muitos dos sonhos” que levaram à eurorregião “estão a concretizar-se” e que, atualmente, a cooperação entre as três regiões faz-se de forma “absolutamente natural, transversal e normal”, devendo ser dada prioridade, no próximo ciclo, às questões ligadas à ciência e à tecnologia.
Já o presidente da CCDR Alentejo, Roberto Grilo, congratulou-se por, nos últimos quatro anos, a eurorregião ter definido uma estratégia de especialização inteligente e contribuído para criar “um contexto” que permitiu o avanço “dos principais projetos” de cooperação, como a linha ferroviária entre Évora e a fronteira do Caia, Elvas (Portalegre), com ligação a Espanha.
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