“A investigação estabelece que os funcionários cometeram flagrantes violações em diversas normas de segurança, incluindo na operação de transporte aéreo, provocando a morte de várias pessoas”, conclui o Gabinete estatal de investigações da Ucrânia (SBI).

Em janeiro de 2023, quase um ano após a invasão russa da Ucrânia, o então ministro do Interior Denis Monastirski tinha previsto deslocar-se de helicóptero às regiões de Kharkiv e Dnipropetrovsk. No entanto, o aparelho acabou por se despenhar perto a cidade de Brovary, na região de Kiev.

Segundo a investigação, o comandante da tripulação não foi informado pelos responsáveis no comando dos serviços meteorológicos, em particular “sobre as condições climáticas extremamente desfavoráveis” em Brovary.

“Devido às difíceis condições climáticas, o helicóptero foi obrigado a retroceder a uma altitude extremamente baixa, incluindo mais baixa que a altura de alguns edifícios”, indica o relatório, onde se relata como o piloto tentou evitar um “edifício de vários pisos” e perdeu o controlo “devido à falta das aptidões necessárias”, não conseguindo evitar o choque.

Para além de Denis Monastirski, o acidente provocou a morte de mais 17 pessoas, incluindo o então vice-ministro do Interior, Yevhen Tenin, o secretário de Estado do Interior, Yuri Lubkovich, os seus assistentes, os tripulantes do helicóptero e ainda uma criança e quatro mulheres que nesse momento estavam nas imediações, para além de 31 feridos.

O caso está a ser acompanhado pela procuradoria. O Código Penal ucraniano prevê penas até dez anos de prisão para os responsáveis deste género de negligências.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia — foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.