Nascido em 1966, al-Arouri nasceu na cidade de Arouora e era membro do Hamas desde 1987, tendo liderado movimentos estudantis antes de se virar para a ala militar em West Bank, da qual foi fundador.

Assumiu a vice-presidência em 2017, de acordo com o site Mapping Palestiniam Politics. De acordo com a Associated Press, al-Arouri já era um alvo por parte de Israel, mesmo antes da agressão a 7 de outubro do ano passado.

No Líbano desde 2018, al-Arouri chefiou a presença do grupo palestiniano na Cisjordânia e esteve detido em prisões israelitas durante 12 anos antes de ser libertado em 2010, sendo-lhes atribuídos vários ataques contra Israel a partir de solo libanês.

Mais recentemente, foi um dos principais negociadores do Hamas na libertação dos reféns feitos pelo seu grupo no ataque contra Israel.

O Hamas confirmou ontem a morte de al-Arouri no bombardeamento com um ‘drone’ israelita contra um gabinete do grupo palestiniano nos arredores sul de Beirute, onde também morreram outras cinco pessoas.

O movimento culpou “a ocupação sionista”, aludindo a Israel, pelo “assassínio cobarde” de líderes palestinianos e afirmou que o bombardeamento do seu gabinete em Beirute “prova mais uma vez o completo fracasso deste inimigo em alcançar qualquer um dos seus objetivos beligerantes” na Faixa de Gaza.

O braço armado do Hamas, as Brigadas al-Qasam, das quais al-Arouri foi cofundador, prometeu “uma resposta” à sua morte.

Também o primeiro-ministro do Governo da Autoridade Nacional Palestiniana, Mohamed Shtayeh, condenou "o assassínio" do número dois do movimento Hamas, Saleh al-Arouri, e acusou implicitamente Israel da sua autoria.

Depois de se tornar conhecida a morte de al-Arouri, ocorreram marchas de protesto pedindo vingança contra Israel em várias cidades e campos de refugiados na Cisjordânia, segundo a imprensa local.

As autoridades israelitas ainda não confirmaram a autoria deste ataque em Beirute.

Em comunicado divulgado na rede social X, o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, disse que “este novo crime israelita visa arrastar o Líbano para uma nova fase de confrontos depois dos contínuos ataques diários no sul, que causaram um grande número de mártires e feridos”.

Esta é a primeira vez desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, iniciada em 07 de outubro de 2023, que as forças de Telavive atacam a capital libanesa.

Os confrontos entre o Exército israelita e o movimento xiita libanês Hezbollah, aliado do Hamas, estavam até agora limitados às zonas fronteiriças no sul do Líbano, quando se têm repetido avisos no mundo árabe e na comunidade internacional sobre o receio da propagação do conflito na Faixa de Gaza, na Palestina, a outras regiões do Médio Oriente.

*Com Lusa