"São muitos temas relevantes na esfera de um ministro que eu creio que está visivelmente fragilizado, até porque não conseguiu responder com rigor a todas as perguntas sobre o caso Raríssimas", defendeu Assunção Cristas aos jornalistas.
Questionada sobre a atribuição, em 2009, de verbas a uma instituição particular de solidariedade social (IPSS) dirigida pela mãe da mulher do ministro Vieira da Silva, Assunção Cristas respondeu: "Se há outras matérias para trás que devam ser esclarecidas, creio que terá de prestar algum esclarecimento, apesar de isso já vir de outro Governo e de um outro momento, em que não havia Código de Conduta".
O jornal i noticia hoje que o Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social atribuiu, em 2009, um subsídio de 100 mil euros ao Centro Social D. Manuel Monteiro de Castro, no concelho de Guimarães, dirigido por Elvira Fertuzinhos, mãe da mulher de Vieira da Silva, a deputada do PS Sónia Fertuzinhos. Na altura, Vieira da Silva era ministro do Trabalho e da Solidariedade Social do Governo liderado por José Sócrates.
"Acho que são muitos episódios e, sobretudo, acho que um ministro com temas tão importantes para tratar não pode ser um ministro fragilizado", afirmou Assunção Cristas, sublinhando as dúvidas que o CDS-PP tem relativamente a uma eventual participação da Santa Casa de Lisboa no Montepio, matéria também sob tutela de Vieira da Silva.
A líder do CDS-PP visitou hoje um equipamento da Associação de Paralisia Cerebral de Lisboa dedicado à formação profissional, assinalando que é "um exemplo do melhor" que existe no setor social em Portugal.
"Numa altura em que há críticas em relação a casos específicos, é bom lembrar que há muitas instituições pelo país fora, e esta é um exemplo dessas instituições, que trabalham afincadamente, com uma grande dedicação dos seus profissionais, de muitos voluntários, que fazem a diferença nas famílias de muitos milhares de portugueses", defendeu.
"É um trabalho meritório, de grande valor, que tem de ser sublinhado e que tem de ser muito acarinhado", vincou.
Uma investigação da TVI mostrou documentos que colocam em causa a gestão da instituição de solidariedade social, nomeadamente de Paula Brito da Costa, que alegadamente terá usado o dinheiro para diversos gastos pessoais.
O caso já provocou a demissão do secretário de Estado da Saúde Manuel Delgado, que foi consultor da Raríssimas, com um vencimento de três mil euros por mês, tendo recebido um total de 63 mil euros.
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