A garantia do ministro foi dada no final de uma audição na Comissão do Trabalho e da Segurança Social, onde foi ouvido durante três horas, a pedido do PS, sobre o caso Raríssimas.
Questionado pelos jornalistas no final da audição sobre se sente que “mantém todas as condições para continuar à frente deste cargo e no Governo”, Vieira da Silva respondeu apenas: “obviamente que sinto”.
Sobre a audição, o ministro disse que “serviu para esclarecer tudo o que foi sendo dito ao longo desta semana” sobre a Raríssimas -Associação Nacional de Doenças Mentais e Raras, que já levou à demissão do então secretário de Estado da Saúde Manuel Delgado e da presidente da instituição Paula Brito e Costa.
“Julgo que esclareci tudo o que havia para esclarecer. Como disse antes estava tranquilo, continuo tranquilo. Não estou tranquilo com esta situação do ponto de vista da instituição em causa e da fragilização que constitui para aquelas respostas”, frisou o ministro.
“É a nossa prioridade, estamos a trabalhar nisso, temos lá gente todo o dia e toda a noite para que aquelas respostas que são dirigidas a pessoas muito frágeis, com problemas muito sérios não sejam postas em causa pela crise que se abriu”, adiantou Vieira da Silva, que disse esperar que a situação seja "rapidamente resolvida”.
Durante a audição, o ministro disse estar “muito preocupado” com o impacto desta crise no setor social.
“Defendo o papel estratégico do setor social e a confirmarem-se os factos denunciados isto será uma ferida séria no setor social”, sublinhou.
Sobre se ficou fragilizados por ter sido vice-presidente da assembleia-geral da Raríssimas, o ministro disse que não.
“Todos conhecemos a quantidade de personalidade públicas que se disponibilizaram em diversos momentos para contribuir para aquele projeto de respostas sociais. São inúmeros os acordos, os prémios que aquela instituição recebeu e que têm na base esse conjunto de vontades”, afirmou aos jornalistas.
“Dado tratar-se de um cargo não executivo, dados os nomes das pessoas que faziam parte dos órgãos dirigentes e conhecendo, mesmo que à distância, o trabalho e a natureza daquela instituição, achei que era um dever cívico, mais do que um direito, que também o é, apoiar aquela instituição e foi isso que fiz”, adiantou Vieira da Silva.
Na audiência, o ministro foi acusado pelo deputado centrista António Carlos Monteiro de ter assinado um protocolo entre a Raríssimas e a sua congénere sueca Agrenska, mostrando mesmo uma fotografia do ministro a escrever junto aos responsáveis das duas associações.
O ministro esclareceu que não assinou nenhum protocolo entre a Raríssimas e a Agrenska, tendo sido distribuído aos jornalistas o protocolo assinado entre as associações que mostra que foi assinado apenas por Paula Brito e Costa e Anders Olauson.
“Não me competia, nem me podia competir subscrever um protocolo que era entre duas entidades privadas”, disse aos jornalistas.
Uma reportagem divulgada em 09 de dezembro pela TVI deu conta de alegadas irregularidades nas contas da Raríssimas, tendo apresentado documentos que colocam a agora ex-presidente da associação, Paula Brito e Costa, como suspeita de utilizar fundos da Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) para fins pessoais.
Entre as irregularidades apontadas, conta-se a compra de vestidos de alta costura, de bens alimentares caros e o pagamento de deslocações, apesar de ter um carro de alta gama pago pela Raríssimas. Além disso Paula Brito e Costa terá também beneficiado de um salário de três mil euros, de 1.300 euros em ajudas de custos e de um Plano Poupança Reforma que rondava os 800 euros mensais.
[Notícia atualizada às 20:58]
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