O ministro dos Negócios Estrangeiros, James Cleverly, declarou na Câmara dos Comuns, câmara baixa do parlamento, que estas medidas foram aprovadas no âmbito das sanções já em vigor no Reino Unido, que acusa os responsáveis iranianos de violações dos direitos humanos.

A lista dos sancionados, que se juntam a 350 outros, inclui o governador da prisão de Sanandaj, Heidar Pasandideh, acusado de tortura, o Comando de Ciberdefesa do Corpo de Guardas da Revolução Islâmica, que espia comunicações, e o Conselho Supremo da Revolução Cultural, que impõe políticas culturais e educativas.

O novo quadro de sanções, que será incluído numa proposta de lei sobre a segurança nacional a apresentar dentro de alguns meses, estipulará “critérios adicionais ao abrigo dos quais os indivíduos ou entidades podem ser sancionados”, afirmou Cleverly.

Alguns desses novos critérios incluirão “atividades do regime iraniano que comprometam a paz, estabilidade e segurança no Médio Oriente e a nível internacional, bem como a utilização e a disseminação de armamento iraniano ou de tecnologia de armamento”.

Os membros do regime de Teerão também poderão ser sancionados por “subverter a democracia, o respeito pelo Estado de direito e a boa governação” e por “outras atividades hostis ao Reino Unido” e aos seus parceiros, incluindo ameaças aos “cidadãos, propriedade ou segurança”.

O ministro pretende também instar a comunidade internacional a condenar o comportamento do Irão no Conselho de Segurança da ONU e no Conselho de Direitos Humanos da ONU durante a presidência britânica, vincou.

De acordo com James Cleverly, o Irão aumentou a atividade “para matar ou raptar pessoas consideradas inimigas do regime fora do Irão, o que inclui o Reino Unido”.

“Desde o início de 2022, o Reino Unido respondeu a mais de 15 ameaças do regime iraniano para matar ou raptar cidadãos britânicos ou residentes” no Reino Unido, detalhou.

O Estado iraniano “apelou publicamente à morte ou captura” destes indivíduos e, em alguns casos, “deteve e assediou” os familiares no Irão.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros explicou que “os serviços de informação iranianos estabeleceram relações com grupos criminosos organizados, tanto no Reino Unido como na Europa, para expandir o alcance das suas redes”.

“O regime iraniano oprime o próprio povo, exporta derramamento de sangue para a Ucrânia e para o Médio Oriente e ameaça matar e raptar em solo britânico”, afirmou Cleverly.

“Hoje, o Reino Unido está a enviar uma mensagem clara: não toleraremos este comportamento e vamos responsabilizá-los”, afirmou.