“É importante hoje redescobrir uma forma de serenidade depois dos eventos particularmente extraordinários que acabamos de viver”, disse Jean-Dominique Senard, referindo-se à detenção do anterior presidente Carlos Ghosn.
De acordo com o conselho de administração da Renault, que faz parte do grupo Renault-Nissan, a equipa de direção será também composta por Thierry Bolloré, antigo adjunto de Carlos Ghosn, que foi hoje nomeado diretor-geral.
O conselho de administração da Renault, que se reuniu na manhã de hoje para eleger a nova direção, “pretende supervisionar ativamente o funcionamento da Aliança e decide confiar ao seu presidente a plena responsabilidade de controlo da Aliança pela parte da Renault, em ligação com o diretor geral”, referiu, citado pela AFP.
A decisão já foi saudada pela Nissan, parceiro do construtor francês no grupo Renault-Nissan, cujo presidente, Hiroto Sakawa, disse querer “abrir um novo capítulo” na “parceria histórica” entre os dois construtores.
Sakawa espera ainda “uma melhor comunicação” entre as empresas depois de várias semanas “difíceis”.
Também o ministro francês da Economia e Finanças, Bruno Le Maire, saudou as nomeações, considerando que se abre “uma nova página na história da Renault”, desejando “sucesso a Jean-Dominique Senard e a Thierry Bolloré”, como pode ler-se na sua conta na rede social Twitter.
“A aliança Renault-Nissan deve permanecer como número 1 mundial e continuar a ser o orgulho dos seus trabalhadores”, acrescentou, citado pela AFP.
O novo presidente da Renault irá permanecer na liderança da Michelin até maio, data em que tinha planeado passar a pasta, de acordo com a AFP.
O anúncio da Renault surge na sequência da demissão de Carlos Ghosn, dada a conhecer na manhã de hoje pelo ministro francês da Economia e Finanças, Bruno Le Maire.
A demissão foi comunicada na quarta-feira às autoridades internas da empresa, acrescentou Le Maire, citado pela AFP.
Carlos Ghosn estava à frente da Renault desde 2005, mas está detido no Japão há mais de dois meses. É suspeito de ter omitido às autoridades bolsistas, entre 2010 e 2015, uma grande parte dos seus proveitos pelas funções na Nissan.
O julgamento, no qual arrisca 15 anos de prisão, não ocorrerá nos próximos meses.
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