"Encontrámo-lo nas montanhas do norte de Madagascar", disse à AFP Frank Glaw, diretor de Herpetologia da Coleção de Zoologia de Munique.

Uma equipa de cientistas alemães e malgaxes encontrou dois espécimes durante uma expedição em 2012, mas não se sabia que eram adultos, explicou.

O macho "Brookesia nana" é o menor réptil adulto do mundo e mede apenas 13,5 milímetros da boca à base da cauda, o tamanho de um amendoim, e 22,5 milímetros contando a cauda.

Por sua vez,  hemipénis (órgão sexual) do "Brookesia nana" é muito grande em proporção ao seu tamanho: mede 2,5 milímetros, ou seja, 18,5% do comprimento do animal.

A fêmea é muito maior do que o macho, com 19,2 milímetros da boca à base da cauda, e 28,9 milímetros contando com a cauda, explicou Frank Glaw na revista Scientific Reports.

Os dois espécimes continuam a ser os únicos animais descobertos desta espécie. Contudo, estes nanocamaleões não são produto de "nanismo insular", o fenómeno pelo qual as espécies numa ilha, similares ao seu ancestral continental, evoluem com o tempo reduzindo o seu tamanho, sob pressão de vários fatores.

O animal vive numa região montanhosa, a 1.300 metros de altitude.

Pouco depois da descoberta, a "Brookesia nana" já é considerada uma espécie ameaçada, destaca o cientista.

"A destruição do habitat representa a maior ameaça para os anfíbios e répteis de Madagáscar", adverte.

Madagáscar é um dos países mais pobres do mundo e a sua flora e fauna não estão suficientemente protegidas.