Os democratas precisavam de somar 10 votos republicanos aos seus 50 votos no Senado para limitar o tempo de discussão e conseguir uma votação final por maioria simples para fazer aprovar a comissão que já tinha recebido luz verde na Câmara de Representantes.
Contudo, apenas seis republicanos votaram a favor, comprovando as profundas divisões políticas que ainda dilaceram os Estados Unidos, quase cinco meses depois do ataque ao Capitólio, em 06 de janeiro, e revelando a influência que Trump ainda tem sobre o Partido Republicano.
“De que têm medo? Da verdade?”, questionou o líder da maioria democrata no Senado, Chuck Schumer, dirigindo-se aos republicanos, minutos antes da votação em que sairia derrotado.
“Precisamos desesperadamente dessa comissão. (…) Trump tem espalhado a grande mentira nos últimos meses de que as eleições foram fraudulentas, de que foi ele o verdadeiro vitorioso na eleição de novembro de 2020”, denunciou Schumer, acusando os republicanos de serem cúmplices da estratégia do ex-Presidente.
Foi repetindo o ‘slogan’ de “Parem o roubo eleitoral” que milhares de apoiantes de Trump se reuniram em Washington, em 06 de janeiro, para marcharem até ao Capitólio, onde forçaram a entrada, procurando evitar que o Congresso certificasse a vitória do democrata Joe Biden.
Os senadores republicanos Bill Cassidy, Susan Collins, Lisa Murkowski, Rob Portman, Mitt Romney e Ben Sasse votaram “Sim” na votação processual para a comissão de inquérito a este ataque, mas ficaram sozinhos na sua bancada.
Os demais senadores preferiram seguir o seu líder da minoria, Mitch McConnell, e opuseram-se à proposta democrata, que acusaram de ser “um exercício puramente político” que nada acrescentaria às investigações policiais que já estão em curso, tendo já permitido a detenção de 450 pessoas envolvidas na invasão ao Capitólio.
Em 19 de maio, apenas 35 dos 211 republicanos na Câmara dos Representantes votaram a favor da sua criação.
Os defensores desta comissão, apoiada pelo Presidente Joe Biden, argumentam que ela seria equilibrada politicamente — com cinco membros democratas e cinco republicanos — imitando o modelo que foi adotado para a comissão de inquérito aos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001.
Acusado de “incitamento à insurgência” pela Câmara dos Representantes, o ex-Presidente Donald Trump foi absolvido em fevereiro após um julgamento de destituição no Senado, por falta de votos suficientes entre os republicanos.
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