“É importante destacar algumas variáveis relevantes a nível da escola, nomeadamente o enorme aumento de escolas inseridas em meios socioeconómicos desfavorecidos, mas com resultados médios acima de 500 [pontuação média de referência da OCDE].
Portugal passou a ter mais 79% de escolas com resultados “Acima do esperado”. Este sucesso pode estar relacionado com: a formação e a motivação dos docentes; a criação de condições para o alargamento da educação pré-escolar; a melhoria dos recursos pedagógicos e uma maior autonomia das escolas”, elenca o documento hoje divulgado.
O estudo ‘Afinal, porque melhoraram os resultados?’, do projeto aQeduto, realizado pelo CNE em parceria com a Fundação Francisco Manuel dos Santos, aponta o trabalho das escolas e dos professores como o principal responsável pela melhoria dos resultados dos alunos portugueses entre 2003 e 2012 nos testes internacionais PISA – que avaliam competências a Matemática, Leitura e Ciências – da responsabilidade da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).
“As escolas que de facto fazem um trabalho acima do que seria expectável, dado que estão inseridas em meios desfavorecidos e conseguem resultados de excelência, tiveram um enorme crescimento durante este período, passando de 19% para 34%. Estas são as escolas que fazem a diferença e é muito importante tentar compreender quais as suas práticas”, afirma-se no estudo.
Na década analisada Portugal melhorou em 5% os resultados dos seus alunos. Nestes anos, o estatuto profissional dos pais piorou ligeiramente (1%), mas o seu nível de escolaridade melhorou 19%, “embora esse aumento tenha acontecido na base”, ressalva o estudo.
O projeto aQeduto “visa explicar a variação dos resultados dos alunos portugueses nos testes PISA, entre 2000 e 2012, tendo em conta três eixos fundamentais: os alunos, as escolas e o país”.
Ao todo foram apresentados 11 estudos, centrados nestas variáveis.
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