Rui Rio discursou durante 47 minutos no encerramento da primeira Convenção Nacional do Conselho Estratégico Nacional do PSD, em Santa Maria da Feira, intervenção na qual defendeu que "a política só faz sentido se for para resolver os problemas reais das pessoas".
"Não tem qualquer utilidade quando é exercida em torno de guerras partidárias, estéreis, ou conduzida por temas virtuais que, podem alimentar notícias e fomentar a notoriedade pública, mas que nada dizem ao cidadão comum", destacou.
Para o líder do PSD, "a democracia não precisa de espetáculo político, nem da superficialidade do politicamente correto".
"Muito menos, um povo civilizado faz as suas escolhas em benefício dos que mais agridem verbalmente o adversário. Dizer muito mal dos outros não é programa que configure a estratégia para resolver os problemas dos portugueses e recolocar Portugal no caminho do desenvolvimento", avisou.
A convenção que hoje decorreu em Santa Maria da Feira foi, na opinião de Rui Rio, "inédita em termos de atividade partidária clássica".
"Não discutimos nomes, não elegemos ninguém para nada, não houve os truques nem as jogadas de bastidores, infelizmente tão frequentes em reuniões político-partidárias. Estivemos aqui apenas a debater o nosso país", enalteceu, num discurso que acontecia ao mesmo tempo que o líder do PS, António Costa, confirmava Pedro Marques como cabeça de lista socialista às eleições europeias.
Com uma "orientação política marcada pela matriz social-democrata, mas sem tabus ideológicos", sobre o programa que PSD vai apresentar para as próximas legislativas, Rio promete que será "focado no futuro de Portugal" e não apenas a olhar para o presente como hoje acontece "com a atual governação socialista".
"Uma governação que, subordinada às reivindicações de esquerda mais radical, apostou tudo em distribuir no presente, ignorando o futuro e desprezando, dessa forma, as gerações mais jovens", condenou.
As críticas à atual solução governativa voltaram mais à frente no discurso, quando o líder da oposição criticou a ausência de uma estratégia de crescimento económico sustentado.
"Na lógica da competição entre PS, PCP e BE, para verem quem melhores notícias consegue dar ao eleitorado e assim justificar o seu apoio à denominada geringonça, o Governo cuidou de, em todos os Orçamentos do Estado, distribuir, até ao osso, tudo o que tinha à disposição. Em nada cuidou do futuro, pois só o presente interessa àquilo que vamos ouvindo apelidar de uma política patriótica e de esquerda", apontou.
A lógica vigente, na visão de Rui Rio, "nunca os portugueses pagaram tantos impostos e nunca os portugueses viram os serviços públicos se degradarem tanto em tão pouco tempo".
A primeira grande ovação surgiu quando o líder do PSD fez duras críticas à "prenda socialista" que é uma Autoridade Tributária cada vez mais intrusiva na vida dos portugueses.
"Já só falta o cidadão ser obrigado a deixar o funcionário do fisco dormir lá em casa, para melhor lhe vasculhar os armários, as gavetas e, se necessário for, os próprios bolsos", ironizou.
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