O discurso de Roberta Metsola começa em português, de seguida fala do compromisso de Portugal com a UE, e com a democracia - "a razão de ser da Europa".

"Portugal é um país que personifica o que é ser europeu", continua a Presidente do Parlamento Europeu, enquanto elogia os portugueses. "Pessoas que espelham o espírito da resiliência, de estar juntos: algo que a Europa precisa".

Mestola refere os vários desafios que a Europa enfrenta em conjunto, a guerra, a economia, a transição climática, recuperação debil pós-pandemia, mas assegura, "orgulhosa", que a Europa fez frente aos desafios.

A Presidente do Parlamento Europeu agradece a Portugal dar esperança, nomeadamente durante a guerra, enquanto país que recebeu refugiados.

Usa os Açores, o Corvo em particular, como exemplo de como "Portugal sabe ultrapassar desafios geográficos", explica que está tão distante dos EUA, quanto de Bruxelas, e, por isso mesmo, "é a nossa porta de entrada para o globo".

Num momento em que os desafios tecnológicos são cada vez maiores, assegura que sempre que a tecnologia avançar será feito a par e passo com os valores democráticos. "Temos que repensar como legislamos", Metsola fala em "nova era que já começou", lembra que há "entidades malignas" e a Europa pode liderar este movimento de forma responsável.

O seu discurso é também dedicado à migração, lembra que apesar de a Europa ter finalmente optado por um caminho comum, infelizmente esse momento ficará marcado pela última tragédia no Mediterrâneo.

"Podemos trilhar este desafio. Encontrar uma solução respeitando as fronteiras e que seja, também, justa e humana com aqueles que precisam de ser protegidas. Firme para aqueles que não são eligivéis, e que é também forte contra os traficantes de seres humanos." Avança que esta "é a forma europeia de fazer as coisas", mas "é também a forma portuguesa".

A primeira vez que uma líder europeia participa na Assembleia da República serve também para deixar notas para o futuro.

"Não precisamos de inventar a roda, temos que aproximar a tomada de decisão das pessoas", continua, "a Europa interessa-nos, faz sentido." Mas lembra que a Europa precisa de europeus,  "a vossa voz, o vosso voto faz a diferença".

Num discurso que recentra prioridades e tenta aproximar os cidadãos, reconhece que "a Europa não é perfeita, mas pode ser melhor se agirmos em conjunto".

"Apelo à juventude para não ceder ao conforto do cinismo fácil. Não aceitem uma retirada para os extremos."

E segue a falar para os mais novos, "queremos continuar a ouvir as pessoas e a apresentar objetivos tangíveis", a "apresentar resultados honestos, tanto nos fracassos, como nos êxitos". Mas mesmo com fracassos solta um desabafo, "temos muitos que nos orgulhar".

Lembra a liderança europeia e que "o valor da Europa deve ser sentido, não devemos ter medo da mudança".

O discurso focado no presente e no futuro, alerta que "temos que estar prontos para reforçar, para reformar". E assinala as vantagens visíveis da mudança, "no início de 2022 as energias renováveis eram apenas 52% do consumo de eletricidade. Em janeiro de 2023 subiu para 88%. O futuro é isto."

Metsola não quer viver o futuro a qualquer custo, e diz que medidas europeias "só podem ser coroadas de êxito, se o crescimento for sustentável". Usa a  "economia verde" como prioridade e compasso de de todas as mudanças. Cumprir desafios com preocupação climáticos, e quer fazer crescer "economias à prova do futuro". Dessa forma, tem que "acautelar o impacto económico e social das nossas decisões", sem esquecer que se tem que  "explicar porque o estamos a fazer", aponta esta como a única forma de as políticas terem êxito". Explica que não são os desafios que definem a Europa, mas a forma como esses são abordados e resolvidos.

"Queremos que as pessoas voltem a ter propósito e otimismo na Europa".

Por fim, dirige o discurso aos críticos e cépticos, "a Europa não quer tornar toda a gente igual, o que nos torna mais fortes é conciliar diferenças". Lembra que o "Parlamento Europeu é tanto dos portugueses, como dos outros cidadãos" e termina dizendo que as minhas decisões são tomadas por vás, e por causa de vós".

"A europa vale a pena".

O discurso da líder europeia é aplaudido de pé por quase todos os partidos, com excepção do PCP e BE que permanecem sentados e sem aplaudir. Por outro lado, o Chega aplaude, mas sentado.