“O que quer que aconteça nos próximos anos, eu espero que a cidade não regrida e não volte a ser uma cidade macambúzia, uma cidade em que vivíamos quase acantonados”, afirmou o independente Rui Moreira, no debate “Uma visão para o futuro do Porto”, organizado pela Vida Imobiliária e a Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários (APPII).
O facto da cidade ser hoje uma “cidade profundamente diferente” não é mérito seu, mas sim “mérito de todos”, sublinhou.
Rui Moreira, que ainda não revelou se tenciona recandidatar-se ao cargo, considerou que o Porto tem de ser “capaz de continuar com o desafio de querer coisas novas”, dando como exemplo o facto de ter sido o palco da cimeira social, o ponto alto da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia, entre 07 e 08 de maio.
“O Porto hoje já não é aquele tesouro escondido que diziam que era, o último mistério da Europa. Não quero que o Porto seja um segredo, quero que as pessoas venham cá, façam negócios e se instalem cá”, vincou.
O autarca sublinhou que a cidade conseguiu criar um “ciclo virtuoso entre o que são as políticas públicas e privadas”, acrescentando que a câmara foi mais vezes regulador do que, propriamente, investidor.
Dizendo que não se pode olhar para a cidade com uma “visão ideológica fechada”, Moreira comentou que a “esquerda diaboliza o investimento privado e há uma certa direita que diaboliza o investimento público”.
“Só é possível uma cidade crescer se conseguir balançar entre estas duas componentes, a privada e a pública”, entendeu.
Apontando a sustentabilidade e transportes como vertentes essenciais para o futuro do Porto, Moreira assumiu que um dos problemas que o Porto tem de resolver é a questão da habitação.
“O Porto não precisa de ter mais habitação social, o que precisa é de não ter 13% que precise de habitação social e, isso, faz-se através de criação de riqueza e atração de investimento”, considerou.
Já na questão da mobilidade, o presidente de câmara referiu que há um conjunto de investimentos, nomeadamente construção de novas linhas de metro, que vão mudar “completamente” o paradigma da cidade e resolver a excessiva dependência que ela tem do transporte individual.
Em matéria de sustentabilidade, o autarca recordou que este eixo é hoje “muito importante” porque há hoje investidores a escolher as cidades com base nas condições oferecidas neste setor.
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