"O grande engano é quando nos vendem uma situação económica de quase milagre económico e depois todos descobrimos que não pode fazer isto e aquilo porque não têm meios", disse Rui Rio, no encerramento do XVII Congresso do PSD/Madeira, no Funchal, em que Miguel Albuquerque foi reeleito presidente.

O líder social-democrata vincou que o problema do Governo é que "vende ilusões", sublinhando que "quem vende ilusões, mais dia ou menos dia, colhe descontentamento sob a forma de greve ou de outra forma qualquer".

"Nós temos aqui, na Madeira, que explicar se querem continuar com o governo regional que têm [PSD], ou se querem trocar por um outro que é assim como eu agora acabei de explicar", disse Rui Rio ao congresso, indicando que no continente, é preciso “explicar o contrário: que é bom trocar aquilo que temos por algo muito mais estável".

Rui Rio disse, por outro lado, que o Conselho Nacional do partido, realizado em 17 de janeiro, foi fundamental para garantir a "unidade" e a "estabilidade" necessárias para enfrentar as três eleições deste ano: europeias, regionais na Madeira e nacionais.

"Estou seguro que temos condições de ganhar esta tarefa e prestar um melhor serviço a Portugal do que aquele que o Partido Socialista está neste momento a prestar", afirmou.

Ao longo da sua intervenção, Rui Rio esmiuçou o desempenho executivo nacional, considerando que "governa para agradar no momento", que "não tem estratégia económica" e que é responsável pela "degradação dos serviços públicos".

"Não tem estratégia de crescimento económico, porque foi um Governo que ao longo de todos estes anos se preocupou fundamentalmente em pegar em todas as folgas que a conjuntura permitia e distribuir pela lista de reivindicações feitas pelo Partido Comunista, feitas pelo Bloco de Esquerda", disse, vincando que "isto significa que esqueceu completamente o futuro".

O líder social-democrata realçou ainda que Portugal teve dos piores crescimentos económicos da União Europeia nos últimos quatro anos e não fez nenhuma reforma estrutural.

"Não fizeram nada pelo investimento privado - disse ainda -, baixaram o investimento público, degradaram a taxa de poupança, agravou-se o endividamento das famílias, atingiu-se a maior carga fiscal da história de Portugal".

Por outro lado, "degradaram os serviços públicos para um patamar que é inadmissível em qualquer circunstância", afirmou, considerando que este é o indicador de que a austeridade não acabou.

Rui Rio apontou vários exemplos de má governação, como as greves em vários setores, a descoordenação no combate aos incêndios, a segurança das estradas, o roubo de Tancos, os problemas no Sistema Nacional de Saúde, considerando que se trata de um Governo que "permanentemente engana os portugueses".

"Em que tudo o que diz tem uma parte de verdade e uma parte de mentira, nem tudo o que diz é completamente mentira, mas em tudo o que diz também não é completamente verdade", afirmou, lembrando que "já diz o povo que há meias verdades que são piores que mentiras".