“Nestes três anos e muito, já houve seis remodelações de Governo e mudaram dez ministros e 21 secretários de Estado. Não é possível uma governação estabilizada quando fazemos estas alterações em tão pouco tempo. Objetivamente, um governo que muda todas estas vezes demonstra falta de rumo. Não há uma política estruturada. Há uma resposta ao quotidiano”, afirmou Rui Rio aos jornalistas, na sede distrital do Porto do PSD, após uma reunião com a Confederação Nacional das Associações de Pais.
O presidente do PSD afirmou que as expectativas em relação à remodelação governamental de hoje “não são nenhumas”, alertando para um certo “afunilamento”, pois no Conselho de Ministros, “pela primeira vez na história de Portugal, senta-se marido e mulher e agora pai e filha”.
Rio referia-se à antiga secretária de Estado Adjunta do primeiro-ministro, Mariana Vieira da Silva, que hoje tomou posse como ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, e que é filha do ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.
O líder do PSD aludia ainda ao casal formado pelo ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, e pela ministra do Mar, Ana Paula Vitorino.
“É uma remodelação a meia dúzia de meses das eleições, feita por necessidade, devido à saída de ministros para o Parlamento Europeu [Pedro Marques e Maria Manuel Leitão vão integrar as listas do PS às eleições europeias]”, afirmou o presidente do PSD.
Para Rio, “é manifesto que, desta forma, não pode haver uma linha estruturada e estratégia para atingir um objetivo”.
“Não é possível ter uma governação estabilizada quando fazemos estas alterações em tão pouco tempo”, frisou o líder social-democrata.
Para Rio, “um governo que mudou dez ministros” em menos de quatro anos não tem “rumo”, antes “está a responder ao quotidiano”.
“O próximo [ministro] até pode responder melhor ao dia a dia, mas não a uma linha de rumo”, considerou.
Os novos ministros da Presidência, Mariana Vieira da Silva, das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, e do Planeamento, Nelson de Souza, bem como os respetivos secretários de Estado, tomaram hoje posse.
Já sobre o relatório da OCDE hoje divulgado, Rio notou que “Portugal não teve, nestes quatro anos, uma estratégia de crescimento económico sustentada”, pelo que, “numa análise mais fina vai-se percebendo que não se apostou nas exportações ou no investimento”
“Quem tem uma política de gestão de quotidiano não pode esperar um relatório de análise de longo prazo favorável”, concluiu.
Quanto a impostos, Rio notou que Portugal “tem, neste momento, a maior carga fiscal da história”.
“Nunca foi tão pesada e, em compensação, os portugueses têm piores serviços públicos. Têm péssimos serviços públicos, pior do que há três ou quatro anos. Toda a gente sente isso na rua”, observou.
[Notícia atualizada às 22h04]
Comentários