“Temos de reagir ou de agir” sob pena de “corrermos o perigo de acontecer ao PSD aquilo que aconteceu a outros partidos na Europa”, os quais foram “grande referência” política e governaram durante “anos e anos”, mas que, depois, “praticamente desapareceram ou perderam significado”, sustentou o candidato à liderança do partido, que falava no Conselho Nacional da Juventude Social Democrata (JSD), que hoje decorreu em Coimbra.
Aquelas formações (nalguns países europeus) são “capazes de influenciar a formação de um governo, mas não estão capazes de liderar esse governo”, sublinhou Rui Rio, advertindo que essa situação também poderá acontecer ao seu partido, se os sociais-democratas se mantiverem “nas sondagens no patamar” em que estão.
“Uma sondagem não conta, mas duas, três, quatro”, ao “longo dos tempos”, aliadas àquilo que se “ouve nas ruas” sobre o PSD, assumem significado, reconheceu o antigo presidente da Câmara do Porto, considerando que é a partir de percentagens da ordem dos 38 a 40 ou 41% que o partido pode ter “hipóteses de ganhar”.
Rui Rio também se deteve em resultados eleitorais do PSD das autárquicas de 01 de outubro deste ano, designadamente comparando-os com resultados em eleições autárquicas anteriores, para sublinhar a perda de influência do partido, defendendo que a “implantação [de um partido] no território não se mede tanto pelos deputados”, mas antes pelos autarcas.
“Temos de reforçar o partido também no patamar ideológico”, apelou, sustentando que “o Partido Social Democrata não é um partido de direita”, mas há quem tenha “vindo a tentar empurrar [o PSD] para lá”.
“A direita não é o PSD, a direita pode ser o CDS (e com certeza que é), assim como a esquerda será o BE, o PCP e em grande medida o PS. O PSD é um partido de centro e é esse espaço” que deve e tem de ocupar, não só porque “é nossa convicção, mas também porque é o [espaço] que temos à nossa disposição”.
Abandonar esse espaço “é um 'problema ideológico'" e também significa deixá-lo livre para ser “ocupado pelo PS ou por qualquer outra formação [política] que, como noutros países”, venha a ser criada, salientou.
A terminar a sua intervenção de cerca de uma hora, Rui Rio pediu aos jovens sociais-democratas presentes na reunião para “ouvirem os portugueses”, antes de escolherem em quem vão votar, em janeiro, para suceder a Pedro Passos Coelho, na presidência do PSD.
Depois de saberem quem é que os portugueses preferem ver à frente do PSD, “é mais fácil” escolher em quem os jovens do PSD deverão votar, sugeriu Rui Rio, defendendo que votar no candidato que “os portugueses não querem” para liderar o PSD torna “isto mais difícil”, isto é, dificulta a promoção do reforço do partido para voltar a liderar a governação em Portugal.
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