Uma comissão internacional apontou hoje três russos e um ucraniano, todos separatistas pró-russos, como responsáveis pelo ataque com um míssil que, em 17 de julho de 2014, matou os 283 passageiros (196 deles de naturalidade holandesa) e 15 tripulantes do voo MH17 da Malaysia Airlines, na zona de conflito armado no leste da Ucrânia, quando viajava entre Amesterdão e Kuala Lumpur.

“As declarações feitas (pela comissão) sobre o suposto envolvimento de militares russos na queda do Boeing MH17 da Malaysia Airlines são lamentáveis”, afirmou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov.

“Mais uma vez, acusações completamente infundadas são feitas contra a Rússia, procurando desacreditar a Rússia aos olhos da comunidade internacional”, disse Lavrov.

A Rússia tem negado qualquer envolvimento no ataque, culpando Kiev pela queda do avião, afirmando que o míssil encontrado nos escombros do acidente pertence aos arsenais do exército ucraniano.

Os quatro arguidos deverão ser julgados na Holanda, em 2020, mesmo que à revelia, já que a Constituição da Rússia e da Ucrânia impedem a extradição dos seus cidadãos.

Hoje, o Governo ucraniano pediu a Moscovo para assumir responsabilidades pelo ataque e para colaborar com a investigação que está a ser desenvolvida por um grupo internacional liderado pela Holanda.

Nos últimos meses, e após as revelações dos investigadores sobre a origem russa do míssil, a União Europeia e a NATO pediram a Moscovo para reconhecer a sua responsabilidade no ataque.

Em julho, líderes do G7 também instaram a Rússia a “reconhecer o seu papel” no caso, dizendo que a investigação apresentou a conclusões “convincentes” e “profundamente preocupantes” sobre o seu envolvimento.