"Um boicote aos Jogos não leva a lado nenhum", declarou Pozdniakov aos jornalistas num congresso de atletas olímpicos russos que termina nesta sexta-feira.
O dirigente lembrou o boicote aos Jogos Olímpicos de Moscovo 1980 por parte dos países ocidentais, como protesto contra a intervenção militar soviética no Afeganistão em 1979.
"Os atletas não puderam participar nas competições e o boicote político teve resultados muito negativos: nenhuma das partes saiu a ganhar", ressaltou Pozdniakov, para quem "o desporto deve distanciar-se da política".
A maior parte dos atletas russos não pôde participar em competições internacionais após a invasão à Ucrânia, em 2022.
Mas o Comité Olímpico Internacional (COI) recomendou, em março deste ano, a reintegração de russos e bielorrussos nas competições internacionais, sob bandeira neutra e "a título individual", caso não tenham apoiado de maneira ativa a ofensiva na Ucrânia.
Segundo Pozdniakov, todos os atletas russos poderão participar nos Jogos de Paris sob bandeira neutra caso queiram e sejam autorizados pelo COI.
"Vivemos num país livre, cada atleta é livre para escolher, mostrar solidariedade com os seus companheiros que não poderão participar dos Jogos por razões inventadas ou decidir participar sob bandeira neutra", disse Pozdniakov.
O dirigente opinou que "as recomendações do COI" eram "proibitivas por natureza" e "não permitiriam que um grande número de atletas russos participasse dos Jogos".
Os russos participaram dos Jogos de Tóquio em 2021, sob bandeira neutra, devido a um castigo pela revelação da política de doping do Estado na Rússia, principalmente nos Jogos de Inverno de Sochi 2014.
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