O texto, que mereceu o voto favorável de 12 dos 15 membros do Conselho de Segurança, pedia ao secretário-geral da ONU, António Guterres, para “incluir os riscos de segurança relacionados com o clima como elemento central nas estratégias globais de prevenção de conflitos das Nações Unidas”.
A Índia, sem direito de veto (por não ser membro permanente daquele órgão), também votou contra, considerando que o aquecimento global não está ligado a um problema de segurança internacional, mas de desenvolvimento económico. A China (que tem direito de veto) absteve-se.
A resolução exigia também ao dirigente máximo da ONU um relatório dentro de dois anos “sobre as implicações para a segurança (…) dos efeitos nefastos das alterações climáticas” nas questões geridas pelo Conselho de Segurança e recomendações sobre a forma como tais riscos podem ser abordados.
Um pedido para nomear um enviado específico para essa matéria foi retirado à última hora pelos redatores do texto, para aumentar as hipóteses da sua aceitação por Moscovo.
Para vários diplomatas que se manifestaram a coberto do anonimato, a oposição da Rússia é incompreensível perante “uma resolução que não era revolucionária”, precisou um deles.
A embaixadora da Irlanda na ONU, Geraldine Byrne Nason, tinha sublinhado hoje, antes da votação, que o projeto de resolução era “um primeiro passo modesto”.
“Precisamos de compreender melhor essa ligação” entre clima e segurança “e devemos analisá-la globalmente”, defendeu.
O seu homólogo do Níger, Abdu Abarry, condenou, após a votação, “a miopia” dos opositores ao texto proposto.
No Conselho de Segurança, onde os Estados Unidos mostraram até agora sob a Administração Biden pouca iniciativa e contraposição à Rússia, Moscovo conduz “a dança”, utilizando frequentemente e sem complacência o seu direito de veto, refere a AFP.
A Rússia tem sido seguida da China em múltiplas questões, tais como Etiópia, Líbia, Sudão, República Centro-Africana, Mali, Bósnia, entre outras.
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