De acordo com este relatório trimestral, que apresenta as tendências da evolução económica na região Norte, e a que a Lusa teve hoje acesso, "é necessário recuar até ao 4.º trimestre de 2009 para se encontrar registo de um crescimento real mais acentuado" dos que os 4,5% registado no 2.º trimestre de 2018.
Neste período, o salário médio mensal líquido dos trabalhadores por conta de outrem do Norte atingiu o valor de 835 euros, continuando, porém, inferior ao registado em Portugal, que se cifra em 887 euros.
"Na análise ao mercado de trabalho na Região do Norte, mantém-se a tendência de queda da taxa de desemprego que atingiu o valor mais baixo dos últimos 14 anos", lê-se no documento.
Pela primeira vez desde há oito anos, destaca o relatório, "a taxa de desemprego jovem [menos de 25 anos] está abaixo do limiar de 20%, fixando-se agora nos 18,4%, percentagem que compara com 21,9% no trimestre anterior e com 25,3% no período homólogo do ano passado".
No período em análise, diminuiu também a incidência do desemprego de longa duração, mas ainda assim, 54 % estavam desempregados há mais de um ano e 37,6% destes estavam nesta situação há pelo menos dois anos.
O Alto Minho continuou a ser, em termos homólogos, a sub-região do Norte com descida do desemprego a mais acentuada (-30,2%), seguindo-se as sub-regiões do Ave (-20,4%) e das Terras de Trás-os-Montes (-20,3%).
Com variações homólogas mais próximas da média do Norte surgem o Cávado, o Tâmega e Sousa e a Área Metropolitana do Porto.
Finalmente, o Alto Tâmega e o Douro foram as sub-regiões nas quais o desemprego registado apresentou, no 2.º trimestre de 2018, descidas menos acentuadas em termos homólogos (-15,9% e -11,7%, respetivamente).
Segundo o relatório elaborado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), em termos de contributos para a variação global, "a Área Metropolitana do Porto, dado o seu peso relativo, explica, por si só, mais de metade da redução do desemprego registado observada, em termos homólogos, na Região do Norte no 2.º trimestre de 2018".
Já o ritmo de crescimento do emprego desceu uma décima de ponto percentual, fixando-se em 3% em termos homólogos, enquanto que, a nível nacional ocorreu uma desaceleração mais acentuada, com o emprego a crescer 2,4%.
Ainda assim, a taxa de emprego mantém-se em alta, atingindo 74,1% no Norte do país e 75,5% a nível nacional.
Paralelamente, os indicadores de consumo privado continuaram a crescer na região. Enquanto os levantamentos em Multibanco com cartões nacionais viram abrandar o seu ritmo de crescimento homólogo para 1,8%, o crédito ao consumo (com 6,4%) e as importações de bens de consumo não alimentares (com 6,6%) registaram uma aceleração que, no caso das importações, está parcialmente relacionada com um efeito de calendário centrado no mês de abril, que contou com mais dois dias úteis em 2018 do que em 2017.
Quanto aos indicadores de investimento, há a referir uma aceleração do crescimento do número de licenças de construção emitidas (variação homóloga de 8,5%), a par de um desagravamento da tendência negativa na importação de máquinas e outros bens de capital e seus acessórios (-4,5%, excluindo material de transporte) e também no crédito à habitação (-0,7%).
No 2.º trimestre de 2018, as exportações de mercadorias por empresas da Região do Norte registaram, segundo dados preliminares, uma variação homóloga nominal de 5,6% (compara com 1,5% no trimestre anterior), impulsionadas sobretudo pelas exportações de partes e acessórios para automóveis e beneficiando do já referido efeito de calendário.
O nível de inflação dos preços no consumidor estabilizou (0,6% em termos homólogos).
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