Pedro Santana Lopes discursou hoje nas jornadas parlamentares do PSD, à porta fechada, durante cerca de uma hora e, no final, defendeu que o seu programa para o partido “exige ousadia, exige sonhos”.

“O partido se eu ganhar vai ter três comissariados ou unidades de missão: um para o financiamento das políticas sociais, outro para a reorganização do território e outro para a agenda para o crescimento”, propôs, incluindo nesta última estrutura as matérias relacionadas com a política fiscal e a simplificação administrativa e burocrática.

As três unidades, explicou, seriam presididas por si, mas teriam três responsáveis a tempo inteiro com o objetivo de chegar às legislativas de 2019 “com propostas com cabeça, tronco e membros”.

“Venho para fazer este programa para, até 2025, estarmos perto da média europeia em todas as regiões do país”, afirmou, defendendo que, perante as recentes tragédias dos incêndios, a desertificação é um dos principais problemas com que tem sido confrontado pelo país.

Santana Lopes voltou a admitir, tal como já tinha feito em entrevista à TVI, que o país pode ter eleições antes de 2019.

“Sinto algum dispêndio de energias em temas que seriam secundários, quando se consome energia na segunda fase da legislatura já é difícil voltar a encher o depósito”, alertou, apontando como exemplos notícias de tensão entre Governo o Presidente da República ou divergências no seio da maioria.

Questionado sobre as diferenças em relação ao outro candidato, Rui Rio, Santana voltou a dizer que é mais “o que os une” mas defendeu que o partido tem de decidir se quer “um líder mais distante ou um líder mais próximo”.

“Eu não sou nem campeão dos afetos nem tenho um sorriso sempre na minha expressão”, afirmou, dizendo que “sempre soube falar com as pessoas e estar no meio delas”.

Na reunião com os deputados, Santana Lopes reiterou uma ideia que já defendeu publicamente: “Somos ambos do mesmo partido, isto não é a guerra do Vietname”.

Depois de lá dentro ter sido questionado sobre porque fala sempre em PPD/PSD, aos jornalistas explicou que o PPD “é de proximidade, de partido cada vez mais popular” e o PSD de “social-democracia”.

Perante os deputados, e depois aos jornalistas, Santana fez questão de elogiar o trabalho quer do atual presidente, Pedro Passos Coelho, quer do grupo parlamentar, primeiro liderado por Luís Montenegro e agora por Hugo Soares.

“Têm lidado com uma realidade única: fazer oposição a um governo com uma maioria que nunca existiu e liderado por partido que não ganhou as eleições”, disse.

Apesar de classificar o trabalho da bancada como “estoico”, Santana Lopes disse que só falará “do que se passará depois de ser eleito” se for escolhido pelos militantes nas diretas de 13 de janeiro.