“Embora sejam ainda resultados provisórios, significa que têm de ser plenamente confirmados, mas estou convencido que não fugirão daqui, significa que tivemos uma receita de 18,6 milhões e gastos da ordem dos 17,7 milhões. Isto é uma diferença, um lucro que não chega a um milhão de euros”, afirmou aos jornalistas o padre Carlos Cabecinhas.
O reitor falava à margem 44.º encontro de hoteleiros e responsáveis de casas religiosas que acolhem peregrinos, que hoje se realizou em Fátima
De acordo com os dados divulgados relativos a 2022, ainda que provisórios, ao nível das despesas, os valores totalizam 17,7 milhões de euros, sendo que os relativos ao pessoal atingiram os 5,41 milhões de euros, as depreciações 4,56 milhões de euros, e os fornecimentos e serviços externos 3,1 milhões de euros.
Em 2021, as receitas foram na ordem dos 15,2 milhões de euros, sendo que a parcela das despesas se cifrou, números redondos, em 14 milhões de euros.
Já em 2019, as receitas foram de 20,3 milhões de euros, com as despesas a somarem 18,9 milhões de euros.
O responsável do templo mariano destacou que “as contas do santuário há muito que são contas equilibradas”.
“Nós tivemos dois anos em que, naturalmente, tivemos um saldo negativo e claramente negativo que teve que ver com uma quebra de presença de peregrinos. E, obviamente, não havendo peregrinos, não há donativos que é a nossa principal fonte de receita. Mas, tirando esses dois anos excecionais, 2020, 2021, as contas do santuário são habitualmente contas equilibradas”, frisou.
Segundo o reitor, a preocupação “é de manter sempre este equilíbrio entre aquilo que são os rendimentos e aquilo que possam ser as despesas do santuário”, garantindo que foi feito “um esforço enorme para a diminuição das despesas”.
“É um esforço que temos vindo a fazer, mas, por exemplo, num ano como este, demo-nos de frente com uma realidade, enfim, que não depende do santuário, mas que foi a subida, por exemplo, dos fornecimentos externos”, referiu, exemplificando com “a energia que agravou os custos”.
Segundo o sacerdote, reconheceu que as receitas “são, maioritariamente, das ofertas dos peregrinos”.
“Não é algo desconhecido que o santuário tem um ou outro espaço comercial, uma outra loja de artigos religiosos e uma livraria, como tem casas de acolhimento (…), que têm também receitas. Porém, não são receitas com as quais o santuário possa viver. Nós vivemos, efetivamente, dos donativos, porque essas receitas ficam muito aquém daquilo que são os gastos do santuário”, declarou.
Sobre as despesas, as maiores são relativas ao pessoal, admitiu o reitor do Santuário de Fátima.
“O nosso grande peso são os recursos humanos. Mas são também o maior ativo do santuário, isto é, a maior riqueza do santuário são os seus colaboradores”, realçou.
O santuário tinha, em dezembro do ano passado, 331 funcionários, dos quais 29 estudantes (trabalham a tempo parcial). Na mesma data tinha 321 voluntários inscritos de forma regular, excluindo a colaboração de escuteiros ou servitas.
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