“Ainda não obtivemos nenhuma resposta. Temos alguma expectativa para saber se a pretensão do Governo é continuar com o atual estatuto da carreira”, disse o presidente do STML, Vítor Reis, em declarações à agência Lusa.
De acordo com o dirigente sindical, foram feitas insistências para reunir com o secretário de Estado da Proteção Civil nas últimas semanas, mas sem sucesso.
“Nós insistimos com os pedidos de reunião com a Secretaria de Estado da Proteção Civil, que é quem tem estado a discutir este problema connosco”, contou Vítor Reis, garantindo que não sabe como está o processo.
O sindicato e os bombeiros reuniram-se com o Governo em janeiro e desde aí ainda não houve qualquer desenvolvimento sobre a progressão das carreiras e das aposentações dos sapadores.
Há três semanas em greve, o presidente do STML disse ainda que há uma preocupação muito grande em relação à aposentação porque os bombeiros sapadores são “altamente prejudicados pelo sistema que está em vigor”.
“A questão da aposentação é uma coisa que nos preocupa bastante, porque estes trabalhadores são dos poucos da função pública que não poderão ser aposentados sem ter penalizações, devido ao estatuto da carreira”, contou.
Segundo Vítor Reis, os cerca de 770 trabalhadores do Regimento de Sapadores de Bombeiros de Lisboa deverão adotar novas formas de protesto, após o término da greve esta terça-feira, uma vez que ainda não obtiveram resposta do Governo.
“[A greve] acaba amanhã [terça-feira]. Depois, vamos reunir-nos com os trabalhadores e ver que formas de luta vamos adotar”, lembrou.
O presidente do sindicato recordou que, nos últimos 15 dias, todos os serviços mínimos – socorro à população e aos bens - foram cumpridos, havendo várias ocorrências por atender.
Em jeito de balanço da terceira greve dos bombeiros sapadores, o dirigente sindical informou que o nível de adesão “tem-se mantido nos máximos, como nas últimas duas”.
De acordo com o STML, este protesto ocorre por ainda não haver uma solução do Governo à alteração ao estatuto da carreira de bombeiro profissional e às penalizações na aposentação.
Contactado pela Lusa, o Ministério da Administração Interna (MAI) refere que “o Governo conhece bem as reivindicações dos sindicatos”, recordando que “os diplomas em causa encontram-se em processo de consolidação e serão em breve objeto de novas reuniões de negociação”.
O MAI lembra também que “no âmbito da negociação dos diplomas relativos à carreira e à aposentação dos sapadores bombeiros (bombeiros profissionais dos municípios), o Governo promoveu várias reuniões com os sindicatos do setor, incluindo o Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa".
[Notícia atualizada às 19:59]
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