“Todos os aliados já condenaram essa ação. Era um avião que viajava entre dois países membros da NATO”, disse Stoltenberg, recordando que os estados-membros da sua organização representam mais de mil milhões de pessoas, nos dois lados do Atlântico, pelo que essa mensagem de condenação deve ser levada muito a sério pelo regime bielorrusso.
“Isto é totalmente inaceitável. Várias organizações impuseram sanções. E bem. Porque se trata de um episódio que terá consequências”, explicou o secretário-geral, acrescentando que a NATO já pediu uma investigação ao que aconteceu.
“Não foi apenas um caso que violou o Direito Internacional. Foi também um ataque aos direitos mais básicos da democracia”, acrescentou Stoltenberg, referindo-se ao facto de o desvio do avião para Minsk, no domingo, ter servido também para deter o jornalista e opositor do regime Roman Protasevich.
O secretário-geral da NATO disse que este tipo de ações criminosas não é inédito, tendo já sido praticadas antes por países como a Bielorrússia e também a Rússia.
“Por isso é que a NATO se deve preparar para resistir a estas situações, cometidas por regimes como o russo, que revelam um total desprezo pelos valores democráticos”, defendeu Stoltenberg.
O secretário-geral da NATO disse que aguarda com expectativa ouvir os ministros da Defesa da UE, no jantar-reunião de hoje à noite, dizendo que há uma agenda de temas de interesse comum.
“Vamos discutir as relações da UE com a NATO. Já conseguimos muito e vamos continuar a trabalhar em conjunto”, disse Stoltenberg, lembrando que as duas organizações partilham muitas das mesmas crises, como é o caso dos conflitos na Ucrânia e no Afeganistão.
“Penso que ainda podemos reforçar mais esta colaboração”, garantiu o secretário-geral da NATO, mostrando-se esperançado no resultado da reunião com os ministros da Defesa da UE, esta noite, em Lisboa.
O secretário-geral da NATO falou ainda de uma iniciativa realizada hoje com o ministro da Defesa português, Gomes Cravinho, em que puderam observar um exercício militar e visitar um porta-aviões britânico, “Queen Elizabeth”, que é o primeiro que foi desenhado para transportar aviões militares de quinta geração, que está a colaborar com os ‘marines’ dos EUA e a ser defendido por uma frota holandesa.
“É um bom exemplo de cooperação entre os dois lados do Atlântico para nos proteger e um símbolo do que conseguimos fazer no âmbito da NATO”, concluiu c.
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