Na quarta-feira, na Assembleia da República, o primeiro-ministro, António Costa, usou várias vezes essa expressão, considerando que é “fundamental existir um cessar-fogo” destinado à criação de corredores de segurança e ao reforço do apoio humanitário à população da Faixa de Gaza.
Questionado hoje pelos jornalistas, no Porto de Zeebrugge, durante a sua visita de Estado à Bélgica, se essas declarações do primeiro-ministro significam uma mudança de posição de Portugal, o chefe de Estado respondeu: ”Não, Portugal tem sido muito regular nas posições que tem tomado”.
O Presidente da República tinha ao seu lado o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho.
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, Portugal “tem sido claro na condenação que houve do ataque terrorista do Hamas” de 07 de outubro em território israelita, defendendo o “direito legítimo de resposta de Israel em relação ao Hamas”, mas separando este grupo islamita do “povo palestiniano como um todo” e condenando ”condutas e comportamentos que ao atingir vítimas civis inocentes são obviamente deploráveis”.
“Foi claro, como foi a União Europeia, quando disse que há resoluções das Nações Unidas quanto a dois Estados [de Israel e da Palestina]. Elas estão de pé”, acrescentou.
Interrogado em concreto sobre um pedido de cessar-fogo, o Presidente da República não referiu essa palavra e disse apenas que “Portugal, como sabem, está sempre do lado da solução, nunca está do lado do agravamento dos conflitos” e deseja que a situação seja ultrapassada rapidamente.
“E estão todos a trabalhar nesse sentido, os que querem que se ultrapasse. E eu acho que é um sentimento muito generalizado, e obviamente da União Europeia, dos nossos aliados transatlânticos, como os Estados Unidos da América, e muitos mais”, sustentou.
Já na quarta-feira, interrogado sobre o apelo do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) para que haja um cessar-fogo no conflito entre Israel e o Hamas, Marcelo Rebelo de Sousa limitou-se a dizer que compreende esta posição de António Guterres, sem a subscrever.
“Eu queria dizer só sobre isso é que compreendo perfeitamente a posição do secretário-geral das Nações Unidas, porque está, no exercício do seu mandato, preocupado com a situação”, respondeu, acrescentando: “É um apelo perfeitamente compreensível, porque corresponde ao que tem sido a linha orientadora da sua atuação em diversas situações no mundo”.
O Presidente da República iniciou na terça-feira uma visita de Estado de três dias à Bélgica, a convite dos reis dos belgas, Philippe e Mathilde, que termina hoje, dia em que o programa se concentra na região da Flandres.
Marcelo Rebelo de Sousa prestou declarações aos jornalistas depois de visitar o Porto de Zeebrugge — que agora integra o grande Porto de Antuérpia-Bruges, na sequência de uma fusão em 2022 — e antes de um almoço na Câmara Municipal de Bruges.
Comentários