Marcelo Rebelo de Sousa falava numa conferência de imprensa conjunta com o Presidente senegalês, Macky Sall, depois de os dois se terem reunido no palácio presidencial, em Dacar, no primeiro dia da sua visita de Estado ao Senegal.

Segundo o chefe de Estado português, no plano empresarial, "está aberto um novo capítulo", em que existe "interesse do Senegal no investimento de Portugal" e "as empresas portuguesas que estão Senegal querem investir mais".

Também "Portugal está interessado no investimento do Senegal", disse.

De acordo com o chefe de Estado português, que falou quase sempre em francês, a língua oficial no Senegal, "há muitos projetos que estão em curso e outros vão arrancar".

Sem avançar detalhes, afirmou: "No domínio do espaço, o encontro entre os dois países pode, no quadro multilateral, ter efeitos muito próximos. Há projetos económicos, uns em curso e outros que podem arrancar".

"Há condições para ir mais longe no domínio do intercâmbio cultural, científico e tecnológico, nomeadamente nas novas tecnologias", acrescentou.

Por sua vez, o Presidente senegalês convidou as empresas dos dois países "a explorar todas as oportunidades que o Plano Senegal Emergente oferece, sobretudo na dimensão das parcerias público-privadas".

Marcelo Rebelo de Sousa salientou a importância da língua portuguesa no Senegal, que é membro observador da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e tem milhares de alunos a estudar português, e considerou mesmo: "Vocês são um país lusófono".

Em matéria de segurança e defesa, declarou: "Trabalhamos juntos no Golfo da Guiné, e ali há uma aliança estratégica, política e militar, como no Mali. Estamos juntos".

"Somos aliados estratégicos no que respeita à relação entre Europa e a África, e nesse dossiê importante das migrações", prosseguiu, considerando que "resolver o problema das migrações" implica "o desenvolvimento económico, social, cultural, o reforço da paz, a estabilização política em África".

Marcelo Rebelo de Sousa saudou ainda o Senegal pelo apoio à candidatura de António Guterres para secretário-geral das Nações Unidas, e Macky Sall congratulou-se com a sua eleição, felicitando Portugal.

"Isto representa uma aliança estratégica, não somente política, militar, ou mesmo económica, mas cultural. E essa aliança dura há muito, muito tempo", resumiu o Presidente português.